O conhecido geógrafo e ecologista madeirense Raimundo Quintal declarou, na sua página da rede social facebook, que “o terrorismo arboricida anda à solta” na Região. “Nas últimas semanas foram muitas as árvores trespassadas sem dó nem piedade pelas motosserras na Madeira”, denunciou.
“As empresas que fazem os desmesurados cortes dos ramos de seres vivos inocentes, executam o que as câmaras, os departamentos do governo, as escolas, as empresas públicas, os institutos lhes ordenam”, admite o professor.
“É fácil criticar os operacionais, que muitas vezes a medo dizem que não deve ser assim, e desculpabilizar os mandantes. Na vila da Ponta do Sol e na Via Rápida recentemente foram podadas coralinas (Erythrina crista-galii) como se fossem vimeiros. Na Madalena do Mar uma borracheira (Ficus elastica) foi horrorosamente mutilada. As árvores da Escola Secundária Francisco Franco foram decepadas. Vítimas da dendroclastia reinante na “ilha das flores”, as casuarinas da estrada que liga o Porto do Funchal à Estrada da Liberdade foram transformadas em postos de electricidade”, lamenta Raimundo Quintal.
O mesmo lamenta ainda que “quando explicamos como devem ser feitas as podas das árvores ornamentais, a resposta é que sempre foi feito assim e que não têm tempo para aturar fundamentalistas”. E, acrescenta, “obviamente, ainda não tiveram tempo para ler a Lei nº 59 /2021 sobre a gestão do arvoredo urbano. O terrorismo arboricida movimenta-se livremente na Madeira”.
Refere ainda no seu post no facebook que, “de propósito não ilustro esta nota de indignação com imagens das mutilações recentes; mostro o estado actual da maior coralina-crista-de-galo (Erythrina crista-galii) da Madeira, localizada junto à Casa da Cultura de Santa Cruz que, devido a cortes tecnicamente irresponsáveis, jamais recuperará a beleza que lhe foi doada pelo Criador”.