PS-M defendeu melhores salários para os trabalhadores do sector turístico

O presidente do PS-Madeira considerou no sábado ser fundamental a requalificação do produto turístico e a melhoria da remuneração dos trabalhadores, para garantir a sustentabilidade do sector do Turismo na Região.

Sérgio Gonçalves proferiu estas palavras no âmbito de um debate promovido pelo Gabinete de Estudos do PS, subordinado à temática ‘Turismo: Números e Desafios’, dando conta de que o Turismo representa quase 30% do PIB regional e tem um impacto directo em quase 20% do emprego na Região.

Historicamente, explicou, “temos períodos de crescimento muito curtos, seguidos de períodos de recessão mais longos, que trazem dificuldades às empresas e ao nível da remuneração dos trabalhadores e da própria dignificação de quem trabalha no nosso principal sector de actividade”.

Daí que, em termos de desafios, considere que o foco deve estar na requalificação do produto, na sustentabilidade e nas pessoas. “Temos de preparar o futuro, porque sabemos que não teremos sempre crescimento e que temos de inverter estes ciclos de decréscimo bastante longos que temos tido historicamente ao longo dos anos”, alertou.

Entre outras medidas, Gonçalves insistiu na necessidade de remunerar melhor os trabalhadores. “Isso é fundamental para não continuarmos a ser uma terra de emigração, não continuarmos a ter sempre pessoas a saírem da Madeira, mesmo quando temos um sector pujante como o turismo e que pode, efectivamente, gerar também emprego qualificado nas mais diversas áreas. É fundamental que nós tenhamos um sector forte, mas com sustentabilidade ao longo do tempo”, frisou.

Luiz Pinto Machado, professor auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da Madeira, foi um dos oradores convidados para o debate, tendo apontado a necessidade de melhorar a competitividade e a eficiência que o sector está a perder.

Conforme explicou o preletor, a perda da eficiência deve-se a um contínuo aumento dos preços dos factores de produção e a uma desactualização em termos de preços médios de alojamento e de RevPar. “Quando comparado com outras regiões, nós continuamos a ter preços baixos. É isso que impede que a eficiência e a própria produtividade sejam melhores”, disse Luiz Pinto Machado.

José Manuel Vicente, professor auxiliar na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, foi outro dos convidados, tendo apontado vários desafios. Questionou que tipo de turismo é que a Madeira realmente quer: um turismo que traga valor acrescentado, ou aquele turismo que permanece num período curto e não acrescenta valor à Região, nem tem um efeito multiplicador nas outras actividades afins.

Já Luísa Paolinelli, coordenadora do Gabinete de Estudos do PS, explicou que este debate teve em vista reunir contributos de especialistas para ajudar a responder aos desafios que se colocam ao Turismo, sector que, frisou, é “fulcral para a economia da Região”.