Postais da Cidade do Funchal: as nossas floristas

Um pouco por toda a baixa do Funchal, a venda de flores nas ruas – e também em estabelecimentos comerciais – é uma prática recorrente. Por se tratar de algo que faz parte do cenário citadino, dedicamos este espaço às floristas do Funchal, numa altura em que a cidade está prestes a celebrar o seu 514.º aniversário.

As mulheres apresentam as suas flores aos que transitam nas artérias principais da cidade, atraindo muitos curiosos e admiradores. São vários os locais onde se encontram. Hoje, através das fotografias e do postal que apresentamos, concentramo-nos, especificamente, nas floristas do largo Gil Enes, na freguesia da Sé.

Floristas, no largo Gil Enes, em 1962, com um ator (Michael Craig). Fotografia “Perestrellos Photographos”, em depósito no Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira.

A propósito da indumentária,  as floristas vestem o “traje regional” definido, em 1935: “composto de saia, camisa, colete, carapuça e bota chã”, sendo “proibida a venda de flores na zona baixa da cidade e na zona considerada de turismo, ás vendeiras que não se apresentem vestidas com os trajes regionais da Madeira e do modêlo estabelecido por esta Camara”, “sob pena de serem multadas em 50$00 pela 1.ª vez e em 100$00 nas reincidências.”*

Postal alusivo à venda de flores no largo Gil Enes (disponível aqui).

Nessa altura, era “considerada zona de turismo para este efeito a parte da cidade compreendida a oeste da Ribeira de Santa Luzia e ao sul da Ponte do Bom Jesus, Rua do Carreira e Ilheos, e a leste do sitio do Salto do Cavalo, ficando incluídos nesta zona os Hoteis Reid’s, Miramar, Atlantic, Savoy, Bela Vista e Golden Gate, exceptuando porem dentro do mercado provisoriamente.”

Trata-se, portanto, do traje que usam atualmente.

*Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Câmara Municipal do Funchal, Vereações, 1934-1935, l.1883, fls. 249-249v.º