Cientista madeirense João Canning Clode vai presidir a organismo internacional

O investigador madeirense João Canning Clode foi eleito ontem presidente do Grupo de Trabalho sobre Introdução e Transferência de Organismos Marinhos (WGITMO), que reúne peritos de todo o mundo, para um mandato de três anos, a começar em Janeiro de 2023, refere uma informação da ARDITI.

O cientista da ARDITI foi escolhido por unanimidade por meia centena de peritos presentes na mais recente reunião, que decorre virtualmente até hoje.

Desde a sua criação há quase 50 anos, é a primeira vez que um investigador português preside a este grupo, inserido no Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), uma organização intergovernamental de ciências marinhas, que procura respostas sobre o estado e o uso sustentável dos nossos mares e oceanos. Mais concretamente, o WGITMO, criado em 1970, lida com espécies aquáticas exóticas que influenciam e ocorrem no ambiente marinho.

Este grupo aborda diversas pesquisas e questões como a detecção precoce e alertas para o potencial de disseminação, dinâmica e distribuição populacional, impactos ecológicos e avaliações de risco. Os peritos registam, todos os anos, as novas invasões na área geográfica do Conselho Internacional para a Exploração do Mar e prestam a este último aconselhamento sobre medidas de gestão a tomar.

João Clode é investigador principal da Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação – ARDITI e a sua carreira tem sido desde sempre ligada ao mar. Doutorado desde 2008 em Oceanografia Biológica e Ciências Marinhas pelo GEOMAR Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel, Alemanha, fez um pós-doutoramento, entre 2009 a 2011, no Smithsonian Environmental Research Center (SERC) em Maryland, EUA, e no Smithsonian Tropical Research Institute (STRI) na Cidade do Panamá, Panamá.

A sua extensa folha de serviços inclui dezenas de artigos publicados em várias das mais respeitadas revistas científicas a nível mundial e tem estado envolvido em projectos internacionais em que obteve mais de 2,5 milhões de euros em projectos, redes e bolsas de investigação. Coordenador do MARE-Madeira, unidade de Investigação da ARDITI, lidera uma equipa de mais de vinte investigadores, entre pós-doutorandos, doutorandos, técnicos e estagiários.

O mandato que se inicia em Janeiro do próximo ano e que pode ser renovado, coloca a Região no patamar mais alto da investigação científica marinha a nível internacional, sendo um motivo de orgulho e uma grande responsabilidade para o investigador madeirense, refere a ARDITI.