CDU denunciou abandono do projecto “Oficina Solidária”

A CDU realizou ao início da tarde de ontem uma acção política junto às antigas instalações do Matadouro do Funchal, onde prosseguem actualmente as obras de recuperação do edifício e onde estava a funcionar a Oficina Solidária, Projecto solidário desenvolvido a partir da Sociohabita Funchal.

A deputada municipal, Herlanda Amado, afirmou que “este Projecto tem ajudado muitas famílias carenciadas do concelho do Funchal desde 2013, que não tendo recursos financeiros para mobilar a sua habitação, recorriam à Oficina Solidária para poder ter acesso ao essencial como mesas, cadeiras, camas, entre outros móveis que eram doados por outras famílias e entregues a quem deles necessitasse”.

“Quando visitámos o local ainda com a Oficina em funcionamento, foi possível constatar que os poucos funcionários destacados para o projecto não tinham “mãos a medir” para dar resposta a tantas solicitações de famílias do Concelho”, refere.

No entanto, e segundo os comunistas, “a verdade é que após o anúncio do início das obras no edifício do antigo “Matadouro do Funchal”, a Oficina Solidária deixou de ter um espaço fixo para continuar o trabalho meritório e zeloso de todos quantos estão envolvidos no Projecto, tendo sido anunciado pelo então Presidente da Câmara Municipal do Funchal na imprensa escrita, (31/01/2020), que as peças de mobiliário ali existentes seriam doadas a instituições de solidariedade social, em consequência do início das obras no referido espaço. Numa situação de último recurso e por falta de espaço em imóveis da responsabilidade da Autarquia, houve um acordo de cedência de um espaço com um empresário local para que o trabalho da Oficina Solidária pudesse continuar”.

Em plena campanha eleitoral, o então candidato e actual Presidente da Câmara anunciava na imprensa escrita (03/10/2021) que tinha a intenção de “fazer crescer a Oficina Solidária”, lamentando, à data, o facto de aquele “projecto relevante não ter merecido a devida atenção por parte da CMF nos últimos 8 anos”.

A deputada municipal da CDU acusou o actual Executivo de não cumprir com as promessas feitas há data, e afirmou que “não houve o compromisso de reforço de meios humanos e materiais para a Oficina Solidária conseguir dar resposta a tantas solicitações que são feitas pelas famílias. O actual Presidente da CMF esqueceu-se que enquanto candidato afirmou inclusive que aquela “oficina tem capacidade para ajudar muitas mais, se houver uma maior divulgação deste trabalho que apresenta uma forte componente social, de modo ajudar quem mais precisa.” Mas a verdade é que então falou o candidato e não o actual presidente, constata a CDU.

Actualmente, não existe um espaço físico definitivo para que os funcionários que estão destacados para este trabalho o façam condignamente e com a rapidez que as famílias necessitam; não existe um espaço onde possam ser doados materiais para serem recuperados; não existe o reforço de meios humanos, nem financeiros, para manter, quanto mais fazer crescer a Oficina Solidária, como afirmou o então candidato, refere a CDU.

 

“Tendo em conta as muitas dúvidas existentes sobre a continuidade ou não do Projecto Oficina Solidária, a CDU decidiu questionar a Câmara Municipal por escrito sobre um conjunto de preocupações que nos foram colocadas, acima de tudo para que, para além dos esclarecimentos, possamos ter garantias por parte da Câmara Municipal do Funchal de que este trabalho continuará a ser desenvolvido, contribuindo para ajudar as famílias mais carenciadas do Concelho”.