Legislativas 2022: MAS propõe semana só com 4 dias de trabalho

O bancário reformado, António Grosso encabeça a lista do Movimento Alternativa Socialista (MAS) pelo círculo eleitoral da Madeira nas eleições legislativas nacionais ds 30 de janeiro.

FUNCHAL NOTÍCIAS: Com que objectivo o MAS concorre pelo círculo da Madeira?
ANTÓNIO GROSSO: Estas eleições são de carácter nacional e, por isso, os nossos objectivos são os de dar a conhecer o MAS e o nosso programa a todo o país, incluindo, pois claro, a Região Autónoma da Madeira. Todavia, destacamos duas prioridades no que à Madeira diz respeito: o fim das zonas francas e das sociedades offshore, para onde são canalizadas e escondidas verdadeiras fortunas, cuja taxação em sede fiscal fica por realizar, roubando, assim, à Madeira e ao resto do país centenas de milhões de euros, tão necessários para suprir a miséria em que vivem muitos madeirenses. Com efeito, é sabido que um terço da população dessa Ilha vive na pobreza. Esta é a nossa segunda prioridade para a Madeira: aumentar as verbas orçamentais, tanto a nível nacional como a nível local, necessárias ao aumento significativo do salário mínimo na Madeira e diminuir o horário de trabalho para os 4 dias por semana para dar emprego a mais trabalhadores e dignificar a vida duma população que podia viver num paraíso, com tanta receita turística nomeadamente, com tantos fundos europeus, mas com tantos pobres desprezados.
FN: Quais são as cinco principais medidas que merecem ser defendidas na Assembleia da República?
AG: Para além daquelas duas que já referi, torna-se urgente o tabelamento das rendas de casa em 30% do rendimento familiar, acabando com a especulação imobiliária. A prisão e o confisco dos bens de quem roubou e endividou o país é outra medida urgente, pois os milhões, que ainda estão nas mãos desses bandidos protegidos, fazem falta para salários e pensões.  Acrescento como urgente um programa de transição energética, para empregar e não para despedir; acabar com as empresas poluentes não basta: é preciso pensar na reconversão dos empregos e não abandonar os trabalhadores daquelas empresas e deixá-los no desemprego. Já agora não posso deixar de assinalar a importância da nossa reivindicação de acabar com as empresas de trabalho temporário, autênticas instituições de negreiros esclavagistas, que pagam ordenados miseravéis para ganhar o dobro ou o triplo a partir dos contratos com as empresas a quem “prestam serviços”.
FN: Quem são os seis candidatos efectivos do MAS? 
AG: Na Madeira são os seguintes os nossos seis candidatos efectivos:
António Grosso, reformado bancário, com 68 anos;
Alexandra Martins, operadora de call-center, com 47 anos;
Joana Rodrigues, educadora de infância, com 41 anos;
Rafael Monteiro, empresário, com 33 anos;
Maria Teresa Cardoso, professora, com 61 anos;
Jorge Rocha, manobrador de máquinas, com 47 anos.
FN: Quanto vai gastar o MAS na -Madeira nesta campanha?
AG: O nosso orçamento para esta campanha a nível nacional rondará tão simplesmente uns 5.000 euros, incluindo a Madeira, dinheiro esse que resulta tão somente das contribuições dos nossos militantes e simpatizantes, visto que não recebemos subvenções do Estado, nem, no futuro, iremos recebê-las, pois não queremos ficar reféns desses benefícios. Efectivamente, os partidos que apoiaram o governo do PS, na dita geringonça, acomodaram-se às subvenções, contentaram-se com algumas migalhas, não foram à luta nas ruas, ficando-se pelos gabinetes do parlamento e isso deu no que deu: 6 anos em  que os castigos da Troika contra os trabalhadores portugueses ficaram praticamente como estavam em 2015, sendo que o PS, nas grandes questões económicas e laborais, votou teve sempre ao lado do PSD. Resultado da geringonça: o programa de austeridade mantèm-se, o poder de compra dos trabalhadores está pior do que há dez anos e a oposição não a fizeram o BE nem o PCP, mas sim a direita e a extrema-direita que agora se recompõem.
FN: Para ser eleito são precisos entre 14 a 15 mil votos. Com 16 forças políticas a concorrer que hipóteses tem o MAS?
AG: O MAS, desde a sua existência, tem sido vítima do cerco mediático. Outros partidos com idêntica expressão, mas com figuras públicas conhecidas, têm sempre beneficiadio da comunicação social, designadamente da exposição televisiva, mas nós só agora através das prerstações televisivas da nossa porta-voz RENATA CAMBRA temos tido algum destaque. Por isso, as hipóteses não serão muitas – sabemos isso – mas a campanha ainda agora vai no adro. Veremos se os trabalhadores e os jovens portugueses estão realmente, como parece, à procura de uma alternativa à política de austeridade e à geringonça e concordam com o nosso lema  ACORDAR A ESQUERDA e queiram, por suposto, levantar uma nova esquerda inconformista e insubmissa, se possível em conjunto com toda aquela esquerda que já percebeu que PS e PSD é a crise que se vê.