A Madeira e os Açores trabalharão em conjunto nas áreas do Mar e das Pescas nos assuntos que dependem de decisões do Governo da República. O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo secretário regional de Mar e Pescas, Teófilo Cunha, no final da conferência de imprensa com o seu homólogo açoriano, Manuel São João.
A “Frente Insular”, como designou o governante madeirense, visa preparar, em conjunto, a tomada de posições, o co-financiamento de projectos, apoio à renovação das frotas, elaboração de dossiers relativo às políticas ligadas ao mar e às pescas e a integração de representantes das duas regiões nas reuniões e negociações do Estado português que envolvam assuntos relacionados com as duas regiões autónomas, explica-se num comunicado governamental.
O secretário regional do Mar e das Pescas dos Açores visitou a Madeira quarta e quinta-feira, para reuniões de trabalho com o seu homólogo madeirense, Teófilo Cunha, e para ir a diversas infraestruturas das pescas, nomeadamente a nova lota do Funchal, o laboratório da Direcção Regional do Mar e o Centro de Maricultura da Calheta.
Nos encontros de trabalho, também marcaram presença o director regional das Pescas, Rui Fernandes, a directora regional do Mar, Mafalda Freitas, e a directora regional das pescas dos Açores, Alexandra Guerreiro.
“Foi uma visita profícua e enriquecedora”, considerou Teófilo Cunha.
“Queremos iniciar um novo relacionamento com a Região Autónoma dos Açores em diversas vertentes, entre as quais a presença das duas regiões nas reuniões para atribuição das quotas de pescado. Até aqui apenas somos ouvidos, mas entendemos que futuramente devemos estar presentes nas reuniões onde são decididas as quotas dos tunídeos (…)”.
Nos encontros e visitas realizadas, o secretário regional do Mar e das Pescas dos Açores mostrou particular interesse nos conhecimentos e experiência acumulada da Madeira na aquacultura, processo que o governo açoriano pretende desenvolver no arquipélago, assegura-se.
“Foi uma oportunidade para mostrarmos o que melhor tem a nossa Região nas áreas da pesca e do mar”, referiu o governante madeirense. “A questão da renovação da frota não é um problema exclusivo da Madeira, é também dos Açores, com uma dimensão ainda maior do que a nossa, daí entendermos que estes assuntos devem ser resolvidos através da criação de uma frente insular permanente.”
Por seu turno, o governante açoriano disse que o executivo que integra tem mantido “alguns contactos” com o ministério do Mar, mas, sublinhou, “existem assuntos no mar e nas pescas que têm de ser resolvidos com a máxima urgência”.
“Se articularmos entre as duas regiões autónomas aquilo que vamos transmitir a Lisboa, e até nas instâncias comunitárias, estamos certos de que isso terá um peso muito maior e a decisão tenderá a ser mais favorável a nós”, destacou Manuel São João, que elegeu a renovação da frota de pesca açoriana como um dos “maiores” problemas no sector pesqueiro.