O secretário-geral do PS, António Costa, esteve hoje em Machico num encontro com a população no qual deixou um apelo para uma maioria absoluta nas eleições do próximo dia 30. Tudo para assegurar quatro anos de governação socialista que garanta “estabilidade”.
Segundo Costa, o País não pode estar adiado, sendo necessário agarrar as oportunidades. É tempo de “arregaçar as mangas e executar aquilo que negociámos com a União Europeia”, defendeu.
O líder socialista quer alegadamente fazer progredir os salários e o nível de qualificações dos portugueses e refere que, “para que o País não pare, precisamos de ter estabilidade nas políticas e estabilidade que devolva tranquilidade à vida dos portugueses”.
O secretário-geral do PS considerou que “a tranquilidade que precisamos passa também por vencer as feridas económicas e sociais” deixadas pela pandemia e apontou o objectivo de erradicar a pobreza do país “de uma vez por todas”.
Para que tal seja possível, afirmou que “não podemos andar aos ziguezagues”, nem com “governos provisórios de dois em dois anos”.
“Essa estabilidade só é possível com uma maioria do PS”, afirmou. “Nós não queremos um bom resultado para pormos uma medalha ao peito. Nós queremos um bom resultado para servir bem Portugal e os portugueses e, para servir bem Portugal e servir bem os portugueses, nós precisamos de uma vitória com uma maioria absoluta que garanta quatro anos de estabilidade de governação do PS”, voltou a insistir.
O dirigente apelou a todos os madeirenses e porto-santenses, a todos os portugueses e a todos os que estão na diáspora para que se mobilizem e vão às urnas e que os seus votos se concentrem “para garantir uma maioria de bom senso, de diálogo, de consenso (…)”
De acordo com António Costa, o seu governo permitiu virar a página da austeridade e da estagnação e fazer a economia portuguesa crescer sete vezes mais do que nos 15 anos anteriores.
Por seu turno, o cabeça de lista pelo PS-M, Carlos Pereira, garantiu que este partido é o único garante da defesa dos interesses da Madeira na Assembleia da República.
Como exemplos, apontou o co-financiamento do novo Hospital, o financiamento a 100% dos cabos submarinos e um valor “robusto” do Plano de Recuperação e Resiliência para a Madeira, lamentando que o Governo Regional não tenha feito chegar esses apoios ao tecido empresarial e ao sector privado.
Deu também conta da garantia da estabilidade do Centro Internacional de Negócios e dos programas de habitação social, nomeadamente o 1.º Direito, ao qual os municípios da Madeira podem se candidatar.
“Nós somos o garante da defesa dos interesses da Madeira na Assembleia da República”, afirmou Carlos Pereira, considerando, por outro lado, que o PSD se transformou num partido de protesto, sem agenda e “inútil” para a defesa da Região.
O candidato do PS deu ainda a boas-vindas ao secretário-geral à Madeira, criticando “o outro candidato que quer ser primeiro-ministro [Rui Rio]”, mas “não vai ao país todo”. Pereira disse que o líder do PSD tem vergonha e medo de vir à Madeira, acrescentado que não se conhece aquilo que pretende para a Região.
Pelo mesmo diapasão afinou o presidente do PS-M, que lançou duras críticas ao líder do PSD, a quem acusou de não ser autonomista, mas sim um centralista. “Rui Rio não vem à Madeira nem aos Açores nesta campanha eleitoral. É um mau sinal, ao contrário de António Costa, que começou a campanha nos Açores e na Madeira”, disse Paulo Cafôfo, classificando a atitude do líder social-democrata como uma falta de respeito pela autonomia e pelos povos insulares.
“Miguel Albuquerque diz que dispensa a vinda de Rui Rio à Região, mas foi Rui Rio que dispensou Miguel Albuquerque e que dispensou a Autonomia”, criticou o líder dos socialistas madeirenses deixando uma questão: “Se Miguel Albuquerque não consegue convencer Rui Rio a vir cá na campanha eleitoral, como o vai convencer a resolver os problemas da Madeira?”