Rui Marote
Esta é uma história com cerca de 40 anos. Voltamos à carga para esclarecer a quem pertence o pontão onde atracam os navios-patrulhas da Marinha. Há uma expressão latina “quae sunt Caesaris Caesari“, que significa “a César o que é de César”. O pontão pertence não aos Portos da Madeira, mas à Secretaria das Pescas, sendo este espaço reivindicado pelos pescadores.
A construção deste pequeno “cais” anexado ao entreposto frigorifico ocorreu no terceiro “reinado” de Alberto João Jardim, que tinha então como secretário regional da Agricultura e Pescas Rui Fontes. Concretizou-se graças aos apoios financeiros da Noruega, que patrocinou esta infraestrutura. Nessa altura, o pontão fazia parte do projecto e serviria para acostagem dos barcos de pesca. Obra bem feita, sob a batuta do engº Pinto Correia, da Etermar, que ainda hoje resiste após quatro décadas embora não tenha sido projectada para acostagem de navios da marinha de certa tonelagem.
Recordamos que os patrulhas faziam “garagem” nas proximidades do Forte de Nossa Senhora da Conceição. Ocuparam depois a parte exterior do pontão, que não tinha defensas nem cabeços de amarração. Os Portos colocaram essas protecções para transferir o vaso de guerra, libertando a Pontinha, hoje cais sul.
Com as obras do varadouro de São Lázaro e o aumento da muralha, houve conversações com a Marinha para o patrulha fazer casa em São Lázaro, onde esteve o “famigerado” navio-draga “Baixio”.
Até o presente tal nunca se concretizou, sendo as causas o assoreamento da ribeira que desloca areias, e as correntes. Estivemos no local de acostagem dos patrulhas que estava ocupado pelos espadeiros, consoante as imagens documentam.