Albuquerque contra “meias-tintas” da República em relação à RAM

O Presidente do PSD-M, Miguel Albuquerque, defendeu, hoje, que, perante eleições antecipadas, é preciso pensar “numa solução que sirva a Madeira” e numa alternativa ao “desastre” que, na sua perspectiva, tem sido a governação socialista em Portugal.

“É fundamental que o PSD e o CDS digam aos portugueses qual o caminho”, disse, considerando que “não podemos continuar nestas meias-tintas”.

No encerramento das Jornadas Parlamentares PSD/CDS, Miguel Albuquerque declarou que o caminho não pode ser o mesmo que aquele que tem sido seguido até agora, realçando a necessidade de uma maioria clara de deputados na Assembleia da República para “termos força para reivindicar aquilo que é necessário e fundamental para o futuro da Madeira”.

Exigindo da parte do próximo presidente do PSD, seja ele qual for, a garantia de que vai assumir compromissos claros relativamente aos direitos dos madeirenses, Miguel Albuquerque sublinhou que “acabou o tempo das fantasias”, referindo que “fomos vigarizados durante seis anos por promessas nunca cumpridas”.

Entre elas, citou o pagamento pela Região dos custos de soberania, referentes aos subsistemas de saúde da PSP, GNR e Forças Armadas.

Neste momento, adiantou o presidente do PSD-M, a Região tem a receber, só da devolução de impostos cobrados na Madeira, 40 milhões de euros, além, entre outras matérias, da falta de regulamentação do subsídio social de mobilidade, da quebra do compromisso assumido pelo Primeiro-Ministro relativamente ao financiamento do novo hospital, e do ferry prometido que “é uma nuvem no horizonte que nunca apareceu”.

Posto este cenário, Miguel Albuquerque disse estarmos perante uma situação de “absoluto desprezo” e de “petulância relativamente àquilo que são as legítimas aspirações do nosso povo”.

Ainda assim, garantiu que “a Madeira vai continuar a fazer a sua luta”, estando em aberto duas hipóteses: “Ou nos dão os meios ou nos dão os instrumentos”. O que não pode acontecer, salientou, “é ficarmos numa encruzilhada que não nos leva a lado nenhum”.

“Se não nos dão os meios e não cumprem a constituição, nem na coesão económico-social, nem no financiamento dos sobrecustos da saúde e da educação aqui na Madeira, se não querem saber do princípio da mobilidade, dêem-nos os instrumentos para assegurarmos o nosso desenvolvimento pleno”, referiu, salientando que o Estado contribui muito pouco para as regiões autónomas.

Da mesma forma, Miguel Albuquerque disse já ser “tempo de o Sr. Presidente da República começar a tomar alguma decisão sobre a Madeira”, afirmando que gosta de “pessoas simpáticas, mas que tomem decisões em consonância com aqueles são os princípios constitucionais”.

“Nós somos cidadãos de corpo inteiro”, afirmou, realçando que temos o direito “de ser tratados de forma equitativa e igual nos nossos direitos, liberdades e garantias”.