Irene Lucília Andrade salienta privilégio de distinção “em muito boa companhia”

Fotos: Rui Marote

A escritora e poetisa madeirense Irene Lucília Andrade, uma das distinguidas hoje no Dia da Cidade do Funchal, realçou sentir-se, nesta homenagem, em muito boa companhia. “pela memória de Vicente Jorge Silva (que infelizmente não está entre nós) e de António Fournier, o amigo que com muita pena nossa partiu tão cedo”. E também pela distinção de uma área importante da investigação, o Banco de Sementes ISOPLEXIS, da Universidade da Madeira.

Irene Lucília referiu, evitando um discurso formal, que não lhe cabia referir-se à qualidade da efeméride que a urbe hoje assinala e à sua representatividade, pois tal seria redundante.

“Apenas direi, na maneira que me é habitual, que a cidade é um lugar, uma casa, um corpo com vida, habitado por desejos e sonhos e que essa vida, ao ser comemorada, nas datas importantes da sua existência, espera de nós dedicação e afecto e a consciência que nos distingue como pessoas humanas e cívicas que têm aqui a sua morada”.

“Falar da cidade como entidade literária, poética ou artística, dos seus atributos como lugar especial de habitar, com as suas harmonias e contrastes, seus infortúnios e alegrias, com o ritmo atribulado dos desafios ou o pulsar sereno dos seus apaziguamentos, alternâncias e sortilégios de que é feita a vida, é o que sempre me tem orientado durante a actividade de um percurso ligado à educação e à escrita”, referiu, agradecendo a distinção “inesperada” que lhe foi facultada pelo presidente da CMF e vereação.

Entrega da medalha distinguindo António Fournier

Disse levar sempre consigo um “Kit de Sobrevivência Afectiva”, como lhe chamou o também postumamente distinguido António Fournier, como garantia de entusiasmo, como forma de protecção e como marca de identidade. E de, através dele, procurar captar as vibrações do lugar onde se encontra – neste caso, a urbe funchalense, que tanto retratou na sua escrita.

Entrega da medalha distinguindo o ISOPLEXIS