A Região Autónoma da Madeira muito se tem gabado dos prémios conquistados no sector turístico internacional. Entre eles, os “World Travel Awards”, que a têm reconhecido insistentemente como melhor destino insular do mundo. Mas a polémica está lançada, com as declarações do presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, Elidérico Viegas, que numa entrevista ao jornal “i”, asseverou que os prémios do turismo são comprados, algo que foi confirmado ao mesmo jornal por vários empresários do sector, que asseguram que por apenas 500 libras é possível ser nomeado.
500 libras, cerca de 584 euros, é quanto custa candidatar-se aos “famosos” World Travel Awards, ironiza o i.
“O país vive embalado nessa coisa dos prémios e não faz ações promocionais como deve ser”, criticou um dos empresários que falou ao jornal.
“Outro truque usado para promover Portugal como destino passa por convidar jornalistas estrangeiros para captar mais turistas. Uma realidade conhecida pelos mesmos empresários que preferiram anonimato”, acrescenta o mesmo jornal.
Este escândalo propõe toda uma nova leitura e interpretação dos tão apregoados prémios que a Madeira tem acumulado nos últimos anos, e bem assim a campanha em torno dos “nómadas digitais” que o Governo Regional vem apresentando como uma aposta brilhante, com artigos publicados em prestigiadas revistas internacionais, como por exemplo o “Der Spiegel”. No mínimo, suscita pelo menos toda uma série de dúvidas junto da opinião pública.
Fontes contactadas pelo Funchal Notícias no sector turístico madeirense acerca deste assunto vão no mesmo sentido: “Não nos surpreende nada. Já há muito tempo que suspeitávamos que era assim”.