Executivo de Santa Cruz sublinha que saldo de gerência de 4 milhões mostra “boa gestão”

Com votos a favor do JPP e do PS e a abstenção do PSD e CDS, foi aprovada, hoje, em Assembleia Municipal, a incorporação do saldo de gerência no orçamento municipal, que é este ano de quatro milhões de euros, refere uma nota de imprensa da CMSC.
O edil santacruzense, Filipe Sousa, sublinhou que se trata de um recorde em termos de saldo de gerência do município, o que “revela a prudência e a boa gestão” em curso na autarquia. O autarca informou, ainda, que o saldo de gerência será derramado numa série de investimentos, entre os quais o centro intergeracional do Santo da Serra, em várias empreitadas de saneamento e águas, na legalização e ampliação do Centro de Recolha Animal e em várias ruas e caminhos em todas as freguesias do concelho.
Bruno Camacho, do PSD, e Pedro Jorge, do CDS, explicaram a abstenção com a falta de documentos, o que foi considerado de má fé por Filipe Sousa, que entende que, em boa fé, deveria ser reconhecida a boa gestão do Município, pois mesmo que esta fosse sorte, a verdade é que para ter sorte é preciso trabalhar e o trabalho na área financeira permitiu recuperar um Município que o PSD deixou na falência. “Este saldo de gerência é histórico, é mesmo um recorde, quando no passado, no tempo do PSD, o saldo de gerência era negativo com falta de pagamento a credores”, sublinhou.
O autarca disse mesmo que só lamenta não ter mais de quatro milhões, nomeadamente os dois milhões em dívida do IRS. A propósito, considerou lamentável existir um presidente do Governo que prometeu, perante a população, e numa sessão pública, que respeitaria a decisão do tribunal quanto ao pagamento do IRS às autarquias e agora dá o dito pelo não dito, faltando com a palavra ao povo. Aliás, recordou que o mesmo aconteceu relativamente ao parque industrial da Cancela, “que agora é pasto para os tachos aos meninos da coligação com o CDS”, diz o executivo.
Na reunião foi também apresentada informação sobre a situação económica e financeira do Município. Filipe Sousa lembrou que a dívida municipal era em 2014 de 31,4 milhões e que em 2020 essa dívida desceu para os 16,3 milhões.
Há uma redução efectiva de 15 milhões de euros no percurso do JPP na Câmara de Santa Cruz. Além disso, hoje o Município tem margem para recorrer à Banca no valor de 17 milhões de euros.  Sublinhou, a propósito, que hoje existe uma câmara estruturada em termos financeiros, de recursos humanos, de obra e de social, quando comparada com a Câmara que o PSD deixou, “que estava nas lonas e que só arranjava verbas para festas e viagens à Venezuela.”
“Viagens”, acusou, “que diziam que iam ser a salvação do Município, porque lá iam buscar investimento numa altura em que a Venezuela já estava a pique. Era num país assim que tinham a receita para uma câmara falida”.
Filipe Sousa tanto criticou o PSD de então como o PSD de agora. De forma irónica propôs que numa próxima reunião o JPP apresentasse um voto de louvor “ao PSD, ao CDS e ao Chega para lá por terem evoluído negativamente na falta de consciência social e na inteligência política”.