CF Carvalheiro desliga-se do hóquei em patins em protesto

O CF Carvalheiro decidiu suspender a sua ligação ao hóquei em patins, face “aos inúmeros obstáculos e ao clima persecutório e de opressão da Associação de Patinagem da Madeira desde que este regressou à modalidade”. A Direcção presidida por Américo Aguiar emitiu uma carta aberta ao presidente da APM, Miguel Rodrigues, dando conta desta tomada de posição.

Nela, Américo Aguiar diz que está a tentar reunir-se com Miguel Rodrigues desde Dezembro do ano passado mas que este só se dignou agendar-lhe uma reunião para Setembro de 2020; refere que investiu mais de 25 mil euros no hóquei em patins, “numa aposta financeira sem precedentes”, inclusive procurando cativar mais crianças e jovens para a modalidade; candidatou-se a um projecto na Direcção Regional do Desporto, para o destacamento de um docente a tempo inteiro; e promoveu o hóquei em patins em várias escolas da RAM, além de promover torneios e outros projectos.

Porém, acusa a Direcção da Associação de Patinagem da Madeira de impedir o acesso ao CF Carvalheiro e os seus treinadores de acederem durante duas horas semanais ao Pavilhão da Escola Gonçalves Zarco (Barreiros) para iniciar o seu projecto de formação, “enquanto este espaço era monopolizado por clubes cujos treinadores não estavam legalmente habilitados para o fazer”; “vetar a utilização do mesmo espaço à equipa sénior do CF Carvalheiro durante a sua participação nacional, impedindo-a de realizar alguns jogos na condição de visitado; ignorar a grave lesão de um atleta sem qualquer manifestação de apoio; intervir, com um parecer escrito, contra o apoio financeiro do Governo Regional ao projecto do Carvalheiro no hóquei em patins; obrigar o CF Carvalheiro a pagar taxas de utilização para utilizar o Pavilhão dos Barreiros num torneio aberto a todos os clubes e atletas da Região; determinar o afastamento do Carvalheiro das competições nacionais “num processo sem precedentes, repleto de ilegalidades, que infelizmente o Tribunal Arbitral do Desporto não anulou devido a questões formais relacionadas com os prazos de contestação”, etc.

O Carvalheiro critica os dirigentes que se comportam como “capatazes” do desporto, contornando ilegalidades, ajustando regulamentos e competições desportivas e oprimindo a verdade desportiva.

“Com o abandono do CF Carvalheiro, o hóquei em patins foi uma vez mais vítima dos capatazes ditadores, autoritários, de visão curta e com défice moral”, que “estão instalados na sua cadeira de sonho há um quarto de século”.

“Um dia o CF Carvalheiro vai certamente regressar ao hóquei em patins”, promete o Clube.