Jorge Carvalho diz que a Câmara de Santa Cruz não tem capacidade para articular soluções com as entidades no terreno

“Da parte da SRE não há silêncio nesta ou noutras matérias de interesse público; mas rejeitamos alimentar protagonismos saloios, que se tornam mais ridículos na ausência de palco que, dadas as especiais exigências resultantes da pandemia de COVID-19 encaradas pelas populações, certamente se dispensam e igualmente repudiam”.

Foi assim que o secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia reagiu às acusações do presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, que veio a público denunciar o silêncio de Jorge Carvalho, relativamente a dados autárquicos que davam conta da existência de mais de 249 alunos sinalizadas que necessitariam de apoio para as refeições, sugerindo a reabertura das cantinas escolares. Segundo Filipe Sousa, o secretário não respondeu à Câmara mas falou à RTP-M dizendo que não havia necessidade de reabrir cantinas.

A propósito destas declarações do presidente da câmara municipal, o governante esclarece que “a Região Autónoma da Madeira tem o sistema mais abrangente do país no que respeita aos apoios a crianças e jovens em idade de escolaridade obrigatória, que resulta também, fora do período de funcionamento normal das escolas (como agora sucede), de mecanismos de apoio promovidos por outras instituições públicas, particulares e privadas, às quais o Governo Regional e a Segurança Social atribuem, com tais finalidades, apoios regulares”.

Refere a nota da secretaria que “as necessidades aludidas sr. Filipe Sousa, estão a ser alvo de intervenções diversas, com a eficiência que é do conhecimento geral e publicamente reconhecida”, considerando que “não se compreende o paradoxo: os mesmos que se entretêm ao longo do ano a maldizer a qualidade das refeições escolares, dizem agora que as mesmas são indispensáveis, mas propondo-se somente distribuí-las”.

No ponto quatro, a SRE sublinha que “afinal, a presidência da câmara de Santa Cruz admite que a sua distribuição de cabazes a famílias necessitadas é inconsequente, porquanto, nas suas palavras, apenas a reativação de cantinas escolares resolveria a situação. Conclui-se, portanto, que há clara incapacidade desta autarquia para articular com as diversas entidades em ação no terreno a busca de soluções para os problemas”.