Aulas da telescola devem lembrar assuntos já abordados e não dar novos conhecimentos

A posição do Sindicato Democrático dos Professores da Madeira sobre o recurso à telescola para a conclusão do ano letivo, em contexto de isolamento da população face às medidas de contenção da COVID-19, é a de que era importante fazer alguma coisa, que era melhor do que nada. “Obviamente, achamos que era preciso fazer alguma coisa para que não se dissesse que terminou o ano agora e ponto final”, reage o presidente daquela estrutura sindical.

António Pinho considera que as aulas através da RTP-M permitem alcançar um grande número de pessoas, mais do que as plataformas tecnológicas permitem, que no entanto também devem entrar no processo como medidas complementares. Tal como o Sindicato dos Professores da Madeira, o SDPM defende uma articulação entre a telescola e os contactos diretos possíveis entre alunos e professores, através dos meios digitais ao dispor”.

O dirigente sindical lembra que ainda não são conhecidos os pormenores relacionados com a aplicação prática destas medidas, todos os contornos que permitam uma melhor avaliação sobre a forma e os contéudos, sendo que relativamente a este assunto, adianta que “nenhum método destes substitui a escola, o objetivo será sempre o de transmitir alguns contéudos aos alunos nesta fase. Até lhe digo que faria mais sentido que estas aulas da telescola fossem para falar de assuntos já abordados e não para transmitir novos conhecimentos, que eventualmente poderiam confundir os alunos neste contexto de ensino à distância. É mais importante sedimentar o que está para trás, numa perspetiva de manter os alunos ocupados e ao mesmo tempo lembrando matéria dada, do que propriamente complicar com dados novos, que neste momento não iriam constituir mais valias”.

António Pinho alerta para as inúmeras variantes que o processo encerra, diz que esta problemática do final do ano letivo não é objetiva, tem muitas nuances e é preciso acautelar várias situações. “O mais lógico seria que a avaliação fosse feita com a análise até ao segundo período ou ao primeiro semestre, no caso das escolas que optaram por esta divisão, mas depois existem as avaliações dos cursos profissionais, que tem algumas particularidades. É o que digo, não sei o que vai acontecer, nem sei o que cabe aos professores exatamente além do que foi dito de as aulas serem gravadas e emitidas. Mas compreendo que ainda não queiram avançar que a nota será a do segundo período, uma vez que isso poderia significar que os alunos já entendiam não ser necessário trabalhar”.