Miguel Gouveia comenta Venezuela num debate com jovens estudantes

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, presidiu esta manhã, na Sala da Assembleia Municipal, à abertura da primeira edição do Madeira MUN  (Model of United Nations), um debate que incidiu sobre o tema “A Crise na Venezuela e o Combate à Pobreza”. Trata-se de um evento realizado pela Madeira Debate, em parceria com a LisboMUN Association, a maior associação de debate de Portugal, e com o apoio da Câmara Municipal do Funchal, esclarece uma nota às Redacções.

Miguel Gouveia considerou, na oportunidade, que “este debate está alinhado com as nossas políticas municipais de proximidade e intervenção cívica, procuramos sempre que os cidadãos possam continuamente intervir e reflectir sobre aqueles que são os desafios não só do locais e nacionais, mas também mundiais, como é o caso deste tema que é trazido aqui por estes jovens estudantes”.

A CMF, disse, teve um papel importante para possibilitar a realização deste evento na Região. “Trazemos um tema que nos é muito querido e próximo, sabemos que a Madeira tem uma grande comunidade de emigrantes na Venezuela, e preocupa-nos a grave crise económica e social que tem assolado o país, não só pelos nossos luso-descendentes mas também por todo os povo venezuelano”, garantiu.

“A Venezuela tinha todas as condições para poder ser uma economia vigorosa, com uma dinâmica forte, com um crescimento acentuado, e que garanta condições socioeconómicas para todos os seus habitantes. O que acontece, foi que, politicamente, foram adoptadas um conjunto de iniciativas que vieram subverter essa realidade (…)”, declarou.

O edil funchalense continuou referindo que “uma intervenção política no sentido de colmatar falhas sociais, pode depois provocar distorções económicas graves, onde com base em medidas conjunturais, recorde-se que o petróleo estava em alta, sendo uma das principais fontes de financiamento do estado Venezuelano, acabou o subconjunto de medidas sociais, por ser incapaz de garantir sustentabilidade a longo prazo, resultando de medidas cada vez mais interventivas do Governo Venezuelano, que vêm agora prejudicar o mercado, que é no fundo a génese e a confiança de todo o crescimento económico”.

Apesar da Venezuela ser efectivamente um país com muitas riquezas, sendo considerada a 5.ª maior economia da América do Sul, para Miguel Gouveia “os dados são extremamente preocupantes, pois cerca de 81% das famílias estão em risco de pobreza e 61% da população está em pobreza extrema. Neste sentido, e do ponto de vista político, devem ser tomadas um conjunto de medidas, nomeadamente fomentar a confiança no sistema político, no sistema económico, e garantir a estabilidade fiscal e monetária”.

O autarca concluiu reforçando o desejo “que este debate sirva para termos uma visão global daqueles que são os problemas do nosso planeta, da nossa sociedade, e que possamos agir do ponto de vista local, reflectindo e focando-nos nos instrumentos que nos são dados a trabalhar, isto permitirá transpor aqueles que são os problemas e desafios globais, à escala regional e local, e no fim, acabamos por ganhar todos”.