Rui Barreto abordou no Porto Santo questões relacionadas com a dupla insularidade

O dirigente do CDS-PP Madeira, Rui Barreto, esteve hoje no Porto Santo para abordar problemas inerentes à dupla insularidade. Entre os assuntos abordados, estiveram questões relacionadas com a saúde, em particular as restrições no número de consultas da especialidade de cardiologia, ortopedia, oftalmologia e pediatria. bem como a escassez da oferta ao nível da reabilitação, o reforço dos serviços de urgência na época de Verão e o tema recorrente para os porto-santenses, as acessibilidades externas.

Rui Barreto, que está a seguir uma calendarização de um dia de campanha por concelho, salientou que os problemas da dupla insularidade merecem uma particular atenção, razão pela qual esta é a quarta vez que se descola este ano ao Porto Santo. Conjuntamente com a estrutura local, presidida por Miguel Matos, tem procurado chamar à atenção das autoridades regionais e nacionais para os problemas locais.

“Se há descontinuidade da Madeira em relação ao continente, há uma dupla descontinuidade do Porto Santo em relação à Madeira e ao continente”, afirma o cabeça-de-lista do CDS às eleições regionais de 22 de Setembro para a Assembleia Legislativa da Madeira. “E por isso há características e condições específicas de quem vive nesta terra que merecem atenção”.

Os custos dos transportes marítimos e aéreos são, desde sempre, o maior problema do Porto Santo. “Temos que rever o contrato de concessão do transporte marítimo de passageiros e mercadorias da Porto Santo Line”, compromete-se Rui Barreto, concretizando. “Pelo menos uma vez por semana terá de existir uma viagem, com ponto de partida do Porto, que permita a deslocação ao Funchal e o regresso no mesmo dia. Isto tem de ser articulado principalmente com o Serviço Regional de Saúde da Região (SESARAM) para quem precisa de vir a uma consulta externa no Hospital Dr. Nélio Mendonça.”

Outra matéria a rever, defendeu, é do contrato de serviço público que a companhia espanhola Binter presta nas ligações entre a Madeira e o Porto Santo: “Como é que uma companhia que recebe do Estado dois milhões de euros/ano, continua a cobrar mais de 160 euros por uma viagem prejudicando o turismo da Ilha”, questionou.

O modelo de transporte aéreo entre o continente e as várias ilhas do Açores poderia ser replicado na Madeira, de acordo com Rui Barreto: “A ponte área para quem viaja para o Funchal devia ter auxílios do Estado para ajudar a dinamizar o turismo no Porto Santo.”

No modelo açoriano, quem aterra em São Miguel ou na Terceira pode solicitar o encaminhamento inter-ilhas sem qualquer custo adicional, apontou.

Nos contactos com os pequenos comerciantes, Rui Barreto explicou a proposta da iniciativa do CDS de redução da taxa de IRC de 15% para 13%, em vigor este ano, sendo a mais baixa em todo o território nacional para os primeiros 15 mil euros tributáveis. Mas o programa do CDS projecta outras metas: “Empresas que estão em Santana, Porto Moniz, São Vicente e em especial no Porto Santo, têm de ter uma fiscalidade mais baixa, mas também é preciso incentivar outras empresas a virem para estes concelhos e a terem sede estável para criarem riqueza e novos postos de trabalho.”

O Porto Santo tem condições para desenvolver uma agricultura única, de produtos de reconhecida qualidade, mas faltam investimentos na captação e no armazenamento da água. “A pouca água que existe não está a ser aproveitada”, observa Rui Barreto, recordando a proposta do CDS que está a aguardar regulamentação do Governo Regional para a valorização dos produtos regionais e biológicos, através de um regime de contratação pública que prioriza a compra de produtos “made in Madeira” na confeção das refeições nas escolas, creches, lares e hospitais. “Acreditem em mim, ajudem-me porque eu vou puxar pelo Porto Santo”, apelou.

À noite, o líder do CDS participa num convívio com militantes e simpatizantes.