Espectáculo “Quarto Minguante” apresentado amanhã à noite no “Baltazar Dias”

 

O espectáculo “Quarto Minguante”, com texto de Joana Bértholo e encenação de Álvaro Correia, será apresentado amanhã às 21h00, no Teatro Municipal Baltazar Dias, encerrando o ciclo da Rede Eunice no Funchal.

“Quarto Minguante” foi escrito no contexto da primeira edição do Laboratório de Escrita para o Teatro do D. Maria II, e transforma-se agora na primeira produção do teatro que resulta do projecto.

Este espectáculo tem a particularidade de a cada um dos quatro actos corresponder a um ciclo lunar, parte da questão: “Porque é que as pessoas não fazem nada para mudar o modo como vivem, se não lhes agrada e condiciona os passos? Porque é que aceitam o que os dias trazem, em vez de agirem?

Entre queixumes, sete personagens – uma avó com cancro terminal e dois netos, um casal em ruptura, um homem que está preso a ler obras de cárcere de autores como Sade ou Voltaire, e um psicólogo que fala consigo próprio através de um alter ego – vivem situações quotidianas opressivas. Uma pergunta é recorrente: “Não sais porquê?”

Na origem de tudo está a ideia atribuída ao filósofo esloveno Slavoj Zizek: “Se conseguimos imaginar o fim do mundo, porque não conseguimos imaginar o fim do capitalismo?” As histórias entrecruzam-se através de uma estrutura dramática rígida e formal. São contadas em quatro espaços que vão encolhendo a cada acto, espelhando o absurdo da condição humana, mas também fomentando uma noção de comunidade que talvez seja a sua salvação.

O encenador Álvaro Correia, que irá também subir ao palco para substituir o actor José Neves, chamou Cristina Carvalhal, Manuel Coelho, Paula Mora e os estagiários Gustavo Salvador Rebelo, Rita Rocha e Sílvio Vieira para dar vida a estes personagens.

Neste espectáculo são também lidos excertos de textos de Antonin Artaud, Diógenes Laércio, Franz Kafka, Mahatma Gandhi, Malcolm X, Mario Vargas-Llosa, Marquês de Sade e Voltaire.

Os ingressos têm um custo de 8€ e estão à venda na bilheteira do Teatro.