Paula Cabaço elogia “trabalho hercúleo” feito no I Volume do Atlas Linguístico da Madeira e do Porto Santo

Procedeu-se hoje, no Colégio dos Jesuítas, no Funchal, à apresentação pública do I Volume do Atlas Linguístico-Etnográfico da Madeira e do Porto Santo, um projecto integrado no Programa Editorial 600 Anos e resultante de uma parceria entre a Direcção Regional da Cultura e as Universidades de Lisboa e da Madeira.

Na ocasião, esteve presente a secretária regional do Turismo e Cultura, Paula Cabaço, que, referindo-se a esta obra, declarou que a mesma “versa sobre uma área muito especifica e pouco explorada, que é a dos nossos falares e vem, sem dúvida, complementar todo o trabalho que tem vindo a ser feito, na Região, tanto pelas instituições públicas e académicas quanto pelas nossas Associações Culturais, no respeitante à maior valorização, preservação e conhecimento do nosso património cultural imaterial”.

Realçando o trabalho “hercúleo e altamente minucioso, nomeadamente ao nível da pesquisa e recolha de informação”, a governante elogiou o projecto não só na perspectiva da sua riqueza de conteúdos e na consequente salvaguarda da nossa identidade mas, também, na criação de uma “excelente base para que possamos continuar a pesquisar e a investigar toda esta enorme e valiosa herança dos nossos antepassados, sabendo-a transmitir às novas gerações”.

“Constitui, por isso mesmo, um repositório da herança linguística e da tradição etnográfica desta Região”, disse Cabaço, mostrando-se confiante de que o II Volume ainda virá a ser lançado este ano.

Este I Volume do Atlas Linguístico Etnográfico da Madeira e do Porto Santo (ALEMPS) – obra iniciada por um dos pais da Linguística Portuguesa, Luís Filipe Lindley Cintra, que dirigiu ainda o primeiro esboço e até os primeiros inquéritos – debruça-se, sob a direcção de João Saramago, da Universidade de Lisboa e envolvendo duas linguistas da UMa, sobre a especificidade dos falares madeirenses, refere uma nota de imprensa. No total, esta obra contempla nove volumes temáticos. Cada um terá, em média, duzentas e cinquenta páginas, com cento e vinte mapas.

Esta publicação assume uma importância vital tanto na perspectiva do ensino quanto na da investigação e vem permitir que, a partir de agora, possam vir a ser desenvolvidas comparações a nível nacional, com as regiões que também tenham sido estudadas, dado que este Atlas Linguístico Etnográfico da Madeira e do Porto Santo integra um projecto mais vasto: o Atlas Linguístico e Etnográfico de Portugal e Galiza.