João Carlos Abreu releva amizade Madeira-Açores

João Carlos
João Carlos Abreu entrevistado pelo Correio dos Açores.

João Carlos Abreu. Jornalista, poeta, foi secretário regional do Turismo, no tempo em que ear preciso desbravar “terrenos”, leia-se mercados turísticos, os tradicionais e os novos, que vieram a dar à Madeira a dimensão que hoje consolida.

Em entrevista ao jornal “Correio dos Açores”, fala sobre um livro recente, “O Livro da Amizade”, que coordenou em conjunto com Teresa Neves. Este livro conta com 21 autores açorianos e madeirenses, os quais pretendem, com este trabalho, ter um arquipélago da amizade numa união que ontem fechou um ciclo com a apresentação de Ponta Delgada, sendo que a primeira apresentação decorreu no mês passado, na Madeira, refere o jornal.

João Carlos Abreu retrata a publicação como “uma conversa telefónica entre mim e a minha amiga Teresa Neves. A determinada altura, ela sugeriu-me: ‘por que não se faz o livro da amizade? E ficou desde logo dado o título. Imediatamente pôs-me em campo e no dia a seguir já tinha os 10 escritores madeirenses para o livro e ela já tinha escritores açorianos. Quisemos fazer um livro com o objectivo de aproximar os dois arquipélagos através da cultura e da literatura. Portanto, tenho a certeza de que cada autor a quem pedi um depoimento também está consciente disso. Se os arquipélagos não se unem, não têm força e não têm a força suficiente para se imporem no mundo.”

Questionado sobre se a amizade entre os dois arquipélagos é uma realidade, João Carlos Abreu responde dizendo que existe, sim, e está mais forte. “Eu penso que este livro possa ser um veículo de promoção entre as pessoas para também chamar a atenção para a amizade e para o que ela significa na vida de cada um de nós.

Sobre os hábitos de leitura, considera que “hoje em dia está mais desperta. Por um lado, infelizmente, a tecnologia trouxe a internet, mas os computadores não são como os livros que podemos manusear, voltar atrás, refletir e meditar; é um documento que fica! O livro é um companheiro que deveríamos ter sempre na cabeceira da cama. Evidentemente que é muito fácil ir à internet, mas encontra-se uma cultura mais superficial, a cultura do livro é muito mais íntima! Penso que ainda não se vende muito a poesia, por exemplo, mas há hoje muitas mais pessoas viradas para a leitura do que no passado, porque as pessoas estão mais sensibilizadas e evoluídas. Embora haja muita gente a consultar a internet, mas isso também foi bom de acontecer. Eles dizem que seria trágico se acabassem os livros e fala-se muito que vai ficar tudo na internet, havendo já muitos livros na internet, mas a leitura desta forma é menos humana. As máquinas são desumanas! Eu não consigo escrever no computador, porque sinto que a escrita vem de dentro da alma, passa para o corpo, vai para o braço e chega até à mão. É muito diferente do que ir para um computador, eu nunca escrevi num computador!”.