Cafôfo diz que a Madeira “”esgotou um ciclo político” e leva a António Costa cinco pontos de interesse regional

Cafofo reunião de 22-03-2018
Cafôfo falou sobre os juros da dívida: “O Governo da República tentou chegar a acordo com o Governo Regional, mas este não aceitou. O que acho é que o Governo da República deve baixar os juros mesmo sem a concordância do Governo Regional”.

Paulo Cafôfo, presidente da Câmara Municipal do Funchal e candidato do Partido Socialista à presidência do Governo Regional, nas eleições regionais de 2019, está em Lisboa para participar, esta quinta-feira, Dia Mundial do Turismo, numa cimeira sobre o setor, onde estará o primeiro-ministro António Costa, a quem Cafôfo pretende levar cinco pontos que neste momento são determinantes na vida presente e futura da Região.

Foi isso mesmo que o autarca confirmou, em entrevista à SIC Notícias, apontando designadamente o modelo de mobilidade aérea, a ser definido pelo Governo da República, “uma vez que o atual modelo já custou 40 milhões de euros e isso é financiar as companhias aéreas e não ajudar os madeirenses”. Os juros da dívida constituem outro dos pontos a colocar no contacto com Costa, sendo que Cafôfo lembra que “o Governo da República tentou chegar a acordo com o Governo Regional, mas este não aceitou. O que acho é que o Governo da República deve baixar os juros mesmo sem a concordância do Governo Regional, que não tem qualquer interesse em resolver esta matéria”. Outro ponto vai para os transportes marítimos, “que devem ser subsidiados” da mesma forma que acontece com os transportes aéreos, sendo que a situação dos madeirenses que regressam da Venezuela e o novo Hospital, completam o conjunto de cinco assuntos a abordar entre Cafôfo e o primeiro ministro. O novo hospital já é considerado projeto de interesse comum.

Na mesma entrevista, o presidente da Câmara disse ter uma “disponibilidade de cem por cento para a Autarquia”, apesar do momento presente já ser praticamente de campanha. “Vira” o discurso para acentuar que “na Madeira, temos um PSD que governa há quarenta anos e confunde-se claramente o que é o partido e o que é o Governo. E, por isso, temos um Governo que trabalha, não para os madeirenses, mas para manter um partido no poder. E não está interessado em resolver os problemas”. Afirma-se “comprometido com o eleitorado”, garante que “o mandato é para cumprir até à data em que efetivamente sair. E essa data ainda não está definida, uma vez que o Presidente da República ainda não marcou o dia das eleições”.

Cafôfo disse, para o País, que na Madeira “há um cansaço e saturação, esgotou-se um ciclo político. Tenho consciência que irá ser um trabalho difícil. O que se quer, neste momento, é adotar uma nova geração de políticas”. Afirma não estar deslumbrado com as vitórias na Câmara, assume um projeto político ganhador para a Região e recusa colocar a hipótese de coligação, pelo menos neste momento. Defende, para já, “uma coligação com a sociedade civil”, aposta, como programa, na “coesão territorial, a fixação de pessoas e o emprego”.

Na componente turística, falou nos três anos extraordinários do ponto de vista dos resultados para a Região, mas também mostrou preocupação pelo decréscimo verificado este ano, em função da recuperação de mercados concorrentes. “A Madeira é destino único e, por isso, é importante salvaguardar essa conquista”.