Cafôfo garante que o Funchal mudou para melhor, enumera obra feita e dá a entender que ganhará em 2019 nas regionais

 

Fotos: Rui Marote

O edil funchalense Paulo Cafôfo colocou a principal tónica do seu discurso hoje, na sessão comemorativa do dia da cidade, na constatação de que “o Funchal mudou para melhor”.

“A má notícia para alguns, é uma grande notícia para todos os outros”, disse. “Como os pais que viram os seus filhos passarem a ter manuais escolares gratuitos e, em breve, bolsas universitárias, pela primeira vez na História do concelho, com apoios que vão agora da creche ao Ensino Superior. Como as famílias que, ao fim de mais de 30 anos, estão a poder sair das suas habitações com amianto e ter uma casa digna, deixando de ser vítimas de um problema dramático de saúde pública, ou as que passaram a contar com apoio à natalidade e reduções de IMI familiar, num enorme apoio fiscal que permitiu que devolvêssemos 10 milhões de euros em impostos às famílias do concelho. Como as centenas de jovens, e desempregados, que tiveram uma oportunidade nos nossos programas de emprego”, enumerou.

“Como os casais que puderam contar com apoios ao arrendamento para começarem a sua vida juntos. Como os idosos, que não terão de voltar a optar entre a sua própria subsistência, ou os medicamentos de que precisam ao fim do mês”, prosseguiu. Em apoios sociais da mais diversa ordem, foram 5 anos e 5 milhões de euros que “humanizaram a face do Funchal”, asseverou. Uma urbe que “já não é o Funchal das elites, dos negócios, dos amigos, dos SWAPS, dos Planos de Urbanização do Infante. Este é o Funchal de todos, uma cidade que faz uso da Educação e da Inclusão para eliminar a desigualdade social, e promover a igualdade de oportunidades às nossas crianças e aos nossos jovens, aos utentes dos nossos bairros sociais e aos residentes das zonas altas, aos mais desfavorecidos e aos mais velhos, com o orgulho de fazer uma cidade que valha a pena para todos, que faça sentido”.

Para Paulo Cafôfo, este é o Funchal de todos, uma cidade que faz uso da Educação e da Inclusão para eliminar a desigualdade social, e promover a igualdade de oportunidades às nossas crianças e aos nossos jovens, aos utentes dos nossos bairros sociais e aos residentes das zonas altas, aos mais desfavorecidos e aos mais velhos, com o orgulho de fazer uma cidade que valha a pena para todos, que faça sentido para todos, que seja uma esperança para todos. “Exemplificámos isso de muitas formas ao longo dos últimos anos, quando nos apresentámos como uma Cidade Educadora e avessa às assimetrias sociais”, garantiu, confessando que sorri quando acusam o seu Executivo de falta de investimento.

“Para alguns, apostar na Educação, nas Zonas Altas ou no Planeamento nunca foi investimento. Para o PSD, o único investimento dos últimos 40 anos foi o betão. O PSD educou-se pelo betão, alimentou-se pelo betão e isso é visível aqui bem perto nas ribeiras, com o que se fez às muralhas do Brigadeiro Oudinot, no maior atentado patrimonial de que há memória nesta cidade. Nós, pelo contrário, chegámos imbuídos de outra ideia, que foi investir de forma responsável, investir o melhor que podemos, como devemos, no que é preciso”, garantiu.

Durante muito tempo, disse Cafôfo, gastou-se o que não se tinha, para fazer o que não se precisava. Enquanto isso, “a cidade crescia desalmada serra acima, sem ordenamento, sem acessibilidades, sem saneamento, com construção ilegal, e com uma verdadeira bomba-relógio perante qualquer catástrofe natural, porque ser responsável não costumava dar votos. Exercer competências urbanísticas e fiscalizadoras, ser sério e consciente, não costumava dar votos”.

Porém, e nos últimos cinco anos, o seu Executivo, assegurou, investiu 7 milhões de euros nas zonas altas, “em acessibilidades, saneamento básico e requalificação do espaço público, que dignificaram a face de uma cidade que está longe da Quinta Vigia, mas que hoje pode dizer que estende condições de vida dignas a gente que, porventura, nunca com elas sonhou”.

“Essa é a cidade que os nossos antecessores não quiseram, e que por isso, é natural que não queiram reconhecer”, afirmou.

“Talvez por isso se explique o desconsolo de alguns perante a aprovação de um novo Plano Director Municipal, depois de uma década esquecido, e que introduziu como aspectos centrais, uma Carta de Riscos e a Legalização de Habitações de origem historicamente ilegal. Ainda esta semana ultrapassámos a dezena de legalizações de casas nas zonas altas do Funchal. O nosso objectivo é que as pessoas possam viver em segurança, com melhores acessibilidades até ao seu lar, com saneamento básico, com estacionamento,  com acesso de meios de socorro, com recolha de lixo, com coisas tão básicas como poder parar o carro à porta de casa, para descarregar as suas compras, para visitar os seus avós, para viver, finalmente, com aquelas pequenas coisas que deviam ser a norma para qualquer funchalense, mas que infelizmente ainda não são para todos”.

“Emendámos os erros, as alucinações e a irresponsabilidade que quase nos faliram”, fulminou.

Realçando a “marca social” do seu mandato, numa “cidade cada vez mais humanista e progressista, uma sociedade mais igual, um Funchal pelas pessoas”, Cafôfo declarou que “a reabilitação urbana tem sido uma das maiores conquistas obtidas nos últimos anos, dando vida à economia local, diria mesmo à economia regional”, e criando novos empregos e novas oportunidades.

“Os investidores e empreendedores compreenderam bem esta nossa prioridade política, tendo nos últimos 5 anos sido investidos 25 milhões de euros de investimento privado, correspondentes a 35 mil metros quadrados de superfície de edifícios integralmente reabilitados, incentivados pelos benefícios fiscais que introduzimos logo em 2014, através da ARU que criámos”, disse.

“Do Castanheiro ao Largo do Chafariz e à Praça Amarela, nos núcleos históricos da Sé, de São Pedro, Santa Luzia e de Santa Maria Maior, até à Zona Velha, em antigas escolas e edifícios municipais em desuso, de toda a ordem. Até ao fim de Julho, já emitimos mais 41 pareceres vinculativos para projectos de Reabilitação Urbana ao abrigo do IFRRU 2020, pelo que, nos próximos dois anos, a Reabilitação Urbana no Funchal vai continuar a crescer”, assegurou.

“Prosseguimos com um rumo, com o Programa Estratégico de Reabilitação Urbana, um pacote de benefícios fiscais, o Balcão do Investidor para assistir todo o processo, e a ORU, prevendo 71 milhões de euros de investimento nos próximos 15 anos. Queremos a requalificação do espaço público, o aumento dos espaços verdes e jardins, a melhoria dos espaços pedonais e da mobilidade urbana”.

Estas, disse, são as prioridades no presente e para o futuro.

Além das intervenções que já estão no terreno, destacou o projecto de reabilitação e requalificação do Bairro dos Moinhos e da Quinta das Freiras, e a regeneração do antigo Bairro da Penha de França, como novas centralidades, bem como a construção de um espaço intergeracional na antiga cadeia dos Viveiros e a reabilitação do antigo Matadouro do Funchal, “para o qual estamos a trabalhar em obter financiamento para o projecto já concluído”.

“É normal que alguma oposição não perceba, é normal que não enxergue um caminho que nunca fez, por razões da sua própria sobrevivência partidária, mas felizmente esse já não é um problema do Funchal, e em breve deixará de ser um problema da Madeira”, prometeu, ominoso para os seus adversários políticos.

Por outro lado, não poupou elogios aos agraciados deste ano com a Medalha de Ouro da Cidade. “Desde logo, o Professor Rui Carita, uma figura incontornável da nossa cidade e da nossa cena académica e intelectual, um homem que colabora com a Câmara Municipal do Funchal há mais de 30 anos, em marcos tão fundamentais como a criação do Museu Henrique e Francisco Franco, as escavações arqueológicas do Núcleo “Cidade do Açúcar” e a posterior reabertura do Museu, em 2016, ou ainda a elaboração da Carta Municipal de Património”.

Dirigiu depois palavras “sincero reconhecimento” ao DN-Madeira. “Todos sabemos que estes não são tempos fáceis para a imprensa escrita, pelo que é tanto mais extraordinário o percurso que o Diário fez até hoje, com mais de 140 anos de circulação ininterrupta, que fazem dele um dos raros jornais centenários do país, o quarto mais antigo e o diário regional de maior circulação em Portugal”, elogiou, considerando o jornal “um exemplo de resiliência, prestígio e longevidade que nos engrandece a todos e que o Funchal faz hoje questão de reconhecer”.

Finalmente, deixou “um forte abraço e um enorme obrigado a todos os nossos colaboradores que servem o Funchal todos os dias, e em particular, aos que recebem hoje as medalhas de serviços prestados à Autarquia”.