Monumento aos Mortos da Grande Guerra continua a degradar-se

Com Rui Marote
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios  foi criado pelo ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) a 18 de Abril de 1982 e aprovado pela UNESCO no ano seguinte, com o objectivo de sensibilizar os cidadãos para a diversidade e vulnerabilidade do património, bem como para o esforço envolvido na sua protecção e valorização. Celebrando o património nacional, comemora também a solidariedade internacional em torno do conhecimento, da salvaguarda e da valorização do património em todo o mundo.
A 11 de Novembro de 2015, o Funchal Noticias alertava que os monumentos do Funchal sofrem roubos ou degradação. Decorridos dois anos e meio voltamos a transcrever, porque continua a ser oportuno:
“Depois do desaparecimento da pira em bronze do monumento à Autonomia, o Funchal Notícias chama a atenção para o monumento dedicado aos combatentes da Grande Guerra, na Avenida do Mar. A emblemática escultura, de todos conhecida há muitos anos e situada numa das centralidades do Funchal, que recorda os que morreram na Primeira Guerra Mundial, a ‘guerra para acabar com todas as guerras’ que afinal não o foi, está a registar, pouco a pouco, o desaparecimento das letras fixadas nas lápides laterais. Isto vem somar-se à coroa de bronze, já há algum tempo desaparecida. Resta somente o emblema no topo do monumento… oxidada e conspurcada de excremento de gaivotas. Se alguém o levar, a peça escultórica acabará despida. Tirando estes desaparecimentos lamentáveis, era apenas necessário limpar a pedra branca deste memorial, bem necessitada de uma limpeza…
O monumento está à guarda da Liga dos Combatentes, que porém não tem verbas nem para repor o que é roubado, nem para limpeza”.

Este monumento foi criado por despacho de de 22 de Outubro de 1935, emanado do Ministro das Obras Públicas, que autorizou do lançamento da primeira pedra para o monumento aos Mortos da Grande Guerra a erigir na futura Avenida Marginal. Em 11 de Novembro de 1935, foi lançada a primeira pedra do Monumento aos mortos da Primeira Grande Guerra, cujo projecto foi do escultor Francisco Franco. Compareceram à cerimónia, por convite, as autoridades civis e militares, corpo consular, bispo do Funchal, magistratura judicial, comissões administrativas da Junta Geral e Câmara Municipal e demais entidades oficiais. Nesta mesma data, deslocou-se à cidade do Funchal um delegado da Comissão Central de Lisboa, onde fez entrega do Estandarte à Agência do Funchal. Mais tarde, a Comissão Administrativa, optou pelo projecto de Moreira Rato.
Diversas cerimónias são realizadas ao longo do ano, com a presença das altas individualidades civis e militares. Embora alertados para a situação do monumento, todos fazem questão de estar presentes “de óculos escuros” ignorando a degradação desta peça escultórica que faz parte dos monumentos que hoje celebram o seu dia. Lamentavelmente há casos destes, em que em vez de se valorizar o património, o mesmo é ignorado na sua conservação e protecção.