Bonomia, solidão e surdez no parlamento…

Fotos: Rui Marote

A sessão de hoje no parlamento regional registou muitas cadeiras vazias no período de antes da ordem do dia. Carlos Pereira, o líder do PS-M, em particular, esteve singularmente só, passe o pleonasmo, na bancada do PS. Já que falamos de figuras de estilo, será isto uma metáfora de algum abandono de que sofre actualmente no seio do partido?

Já o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes, mostrou singular bonomia, cumprimentando inclusive pessoalmente no hemiciclo, os deputados, mesmo aqueles mais “rebeldes”, caso de Raquel Coelho, do PTP, e do independente Gil Canha. Mas logo a seguir, em jeito de mestre-escola, meteu-os na ordem, olhando para o seu Rolex e dando sinal que já era hora de começarem os trabalhos, e que se deixassem de conversas.

Em jeito de segunda metáfora, assistiram ao debate várias formandas de um curso profissional, acompanhadas de uma professora que lhes facultava explicações em linguagem gestual, dado que existiam alguns alunos surdos. Ora, quase se poderia ironizar que surdos, surdos, são mesmo por vezes os partidos, às propostas e às críticas uns dos outros… E que estes alunos, temos a certeza, até ouvem muito melhor.