“Nós, Cidadãos!” exige que Governo não atire areia para os olhos do povo em matéria de incêndios


O partido “Nós, Cidadãos” emitiu um comunicado onde lamenta os trágicos incêndios que assolaram o território nacional nos últimos dias, em particular a norte do Tejo, manifestando o seu pesar pelas dezenas de mortos e feridos, e exprimindo a sua solidariedade aos familiares das vítimas, que deseja não sejam esquecidas pelos poderes públicos.

“A melhor homenagem que se lhes pode prestar é iniciar medidas radicais para impedir novas tragédias”, considera esta força política, agradecendo aos bombeiros que lutaram incessantemente contra os fogos, em condições duras, e às autarquias que souberam auxiliar esse combate aos incêndios. “Lamentamos que outras estruturas presentes no terreno não tenham sabido encontrar respostas para evitar mais esta catástrofe”, diz o partido, que, tendo em conta esta tragédia dos Pinhais em Outubro, e a tragédia de Pedrógão em Junho, com mais 64 mortos, exige aos governantes que “não nos atirem areia para os olhos”, ocultando responsabilidades e não preparando planos de futuro.
O Nós, Cidadãos! recomenda medidas de ordenamento da ganância e da corrupção, medidas de ordenamento das florestas, e medidas de ordenamento do país. Por esta ordem.
“Não nos atirem areia para os olhos!”, insistem. “O Relatório sobre Pedrógão apenas se debruça sobre a abordagem do combate a incêndios. Sobre o ordenamento do território, para além de chavões, dedica apenas as páginas 163-169. Sobre o quadro de licenciamento e gestão administrativa da “floresta” nem se debruça”.

“É imperativo acabar com os incentivos ao fogo posto, por interesses ocultos. É imperativo acabar com os esquemas de subsídios e financiamento de empresas de combate aos fogos”, exortam.
“No futuro imediato, a questão da legislação florestal é a mais importante. 11% do PIB é
economia florestal. E no interior, a 50km da costa, esse peso é ainda maior. É fundamental
o controlo pelas autarquias do licenciamento florestal. E o cumprimento escrupuloso da
legislação já existente sobre o papel das Juntas de Freguesia na Protecção Civil”.

O partido entende quer serão precisas medidas fiscais para residentes e patrões de matas e zonas florestadas. A questão dos meios de Protecção civil e de primeira intervenção ficaria, assim facilitada. E não adianta invocar populismos de colocar presos a limpar as matas ou de exigir a intervenção de militares formados e vocacionados para outras tarefas.
Exigimos que os governantes responsáveis não nos atirem areia para os olhos. Respeitem
os mortos. Cuidem dos vivos. E preparem o futuro para fazer sair do despovoamento e da
desertificação as terras assoladas pelas tragédias dos fogos”.