“O trabalho no PSD-Madeira deve ser feito com muita paciência e muito profissionalismo”

Calheta-PSD-Carlos Teles B
Carlos Teles diz que se porventura houver algum militante do PSD-M que esteja a pensar mais em servir-se do que em servir, “não vá por aí, não é esse o caminho”.

No âmbito da política partidária, o autarca candidato nas listas do PSD à Câmara da Calheta “escapou” à turbulência da transição, ainda hoje notada em diversos setores do partido, para mais com as eleições autárquicas à “porta” que fazem renascer o “fantasma” do “cataclismo” de há quatro anos.

Parece que aquele “bastião” social democrata liderado por Carlos Teles é inabalável e está “imune” a eventuais consequências de supostos descontentamentos de governação regional. O autarca e candidato, falando na qualidade de militante do partido, tem consciência que “a Calheta sempre foi esse bastião social democrata” e garante que “naquilo que depende de mim, vou fazer tudo para que o meu partido tenha bons resultados no concelho da Calheta”.

Defender acima de tudo a população

Lembra, no entanto, que “as eleições autárquicas são muito localizadas, com muitos nomes, muitas freguesias”, sublinhando que “acima de tudo, está a população. E sinto que nós temos a experiência do nosso lado para continuarmos a fazer um trabalho profícuo. Na equipa que estou a apresentar para o município, temos jovens e concorremos em todas as freguesias, em todos os orgãos. Não somos candidatos onde mais interessa. Respeito a vontade do eleitorado e o meu objetivo é continuar a servir a minha população”.

Erros são normais, é preciso corrigi-los a tempo

Enquanto militante de base do PSD-Madeira, acredita que “o partido atravessa uma fase de reestruturação. Temos um novo líder, tivemos um líder carismático que foi o Dr. Alberto João Jardim e todos os que viessem a seguir não tinham tarefa fácil. O trabalho no PSD-Madeira deve ser feito com muita paciência, com muito profissionalismo também, porque a política, hoje, é mais exigente do que era no passado. Mas tenho a certeza que o meu partido tem quadros suficientes para que isso possa acontecer, as coisas levam o seu tempo e é normal que aconteçam erros, o importante é estar atento e corrigi-los a tempo”.

A União é muito importante”

Carlos Teles sublinha que “a união é muito importante”, fazendo alusão ao comportamento dos militantes face à mudança operada e à atitude no período posterior ao que foi uma liderança de anos de Jardim no partido. Diz que “os militantes do partido, na Região, não têm um histórico da alternância e às vezes cria-se o hábito de pensar que se alguém apoiou um determinado candidato, pode não conseguir trabalhar com outro candidato, que neste momento é o líder. Não tem que ser assim. Nós temos que encarar a política partidária sabendo que, no âmbito do processo eleitoral interno, é normal e salutar que apareçam vários candidatos, conscientes de que, passadas as eleições, o vencedor passa a ser o líder de todos os militantes. Temos que respeitar quem está a liderar o partido neste momento. Da minha parte sabe que pode contar comigo e com o PSD Calheta”.

Nova direção deve fazer o trabalho de unir as pessoas

O facto do poder autárquico ser aquele que mais sentiu a hecatombe social democrata, em 2013, é considerada “normal” na perspetiva do autarca candidato do PSD-M na Calheta. Diz que “acontece em todos os partidos”. Reafirma a existência de um processo que resulta da alteração de liderança, “que leva o seu tempo”. Refere ser natural que existam militantes que apoiaram a nova liderança e que, de forma legítima, se achem no direito de também poderem fazer parte e decidir alguma coisa no futuro. A nova direção do partido é que tem que fazer esse trabalho de unir as pessoas. E isso é perfeitamente possível fazer, através do diálogo, falando, sabendo ouvir, criticando quando é preciso, nos lugares certos. Se alguém que está num partido político, seja sem funções ou com funções diretivas, tiver sempre em mente que está ali para servir o partido e a população e não para se servir a si próprio, certamente que as coisas chegarão a bom termo”.

É melhor não ir por aí, não é o caminho certo”

Colocado perante a dúvida que as suas palavras possam suscitar relativamente à eventual existência de militantes que possam ter em mente servirem-se a si próprios, Carlos Teles afirma desconhecer da existência desse padrão de comportamento em militantes do PSD-Madeira. Mas na possibilidade de alguém, no PSD-Madeira “estar com essas intenções”, sempre diz que “é um alerta”, vai avisando com um “é melhor não ir por aí, não é o caminho certo”.