Avenida Arriaga esteve sete anos sem placa de denominação

Rui Marote
A 19 de Junho de 2017 alertava na rubrica então intitulada Crónica Urbana: “Onde param as placas toponímicas da Avenida Arriaga?” Ora, a situação continua a ter razão de ser. Voltamos transcrever alguns parágrafos de então. “A Avenida Manuel Arriaga é uma das principais artérias do Funchal.  A maioria dos madeirenses não sabem quem foi esta ilustre personagem; embora açoriano, foi eleito deputado republicano pelo círculo da Madeira, a 26 de Novembro de 1882. Foi o primeiro presidente de Portugal no período de 24 de Agosto de 1911 a 29 de Maio de 1915. Era advogado e professor e faleceu com 76 anos de idade, em 1917”.
Existia uma placa toponímica de uma certa dimensão, com letras forjadas com o nome deste ilustre cidadão, no início da avenida, junto à porta principal  do ex-Banco Nacional Ultramarino, e outra junto à rotunda do Infante. Recordamos que esta avenida tinha duas artérias, com um passeio central separando a do Sul e a do Norte.
Ora, com as obras da placa central, foi eliminada a Avenida a Sul, acabando a Avenida Manuel de Arriaga por ter somente uma artéria com circulação automóvel.
A 19 de Junho de 2017 demos pela falta destas placas, que reportámos, como já antes referimos, na rubrica de então, Crónica Urbana.
Só há poucos dias descobrimos junto ao Largo D. Manuel I, na fachada do edifício “Mundus” uma placa fixada na cantaria. Inteirámo-nos junto de comerciantes nas redondezas sobre a colocação dessa placa. Garantiram-nos que foi no inicio do ano. Sabemos que o proprietário manifestou-se contra a colocação , em que a Câmara não pediu autorização.
A placa até não está visível, uma vez que fica escondida e não tem nada a ver com a grandiosidade das placas originais. É a única placa existente em toda a extensão da avenida na parte sul. A norte, Manuel de Arriaga foi “arquivado”.
Já agora recordamos que o Largo D. Manuel I foi uma proposta da nossa autoria, quando exercíamos funções de deputado municipal. A proposta foi aprovada por unanimidade, uma vez que no Funchal não existia qualquer artéria ao rei que mandou construir a Sé.
A Câmara  levou muito tempo para colocar  essa placa. Nos 600 anos da edificação da catedral colocou uma placa com as mesmas dimensões das da placa de Manuel de Arriaga.
Acontece que barafustámos, uma vez que a placa colocada no posto de luz só tinha identificação numa das faces. Para quem caminhava no sentido Golden-Sé, a face da placa não tinha qualquer identificação. Resumindo: a Câmara retirou  e colocou uma placa de “paragem de autocarro” com identificação nos dois sentidos, que nos dias de hoje está queimada e ferrugenta.
Resta-nos saber onde estão as placas originais  com certo valor patrimonial. E assim se levou cerca de sete anos a estudar o design  desta placa toponímica…