Crónica Urbana: Os mosquitos estão aí… tomara que não chova três dias sem parar

Rui Marote
Ao contrario da canção carnavalesca  brasileira, os madeirenses esperam que a chuva neste Verão não exista, gerando poças e sítios com água estagnada. O calor agora chegou e é normal que a precipitação também possa chegar, nas habituais chuvas estivais. Ora, se assim for, há a possibilidade de ressurgir uma ameaça que se encontra adormecida.
A presença do mosquito Aedes aegypti na Ilha da Madeira foi registada em 2005. Após sete anos da sua identificação, ocorreu o primeiro surto de dengue nesta ilha, o primeiro na Europa desde 1928, recordemos.
Esse surto começou a 26 de Setembro de 2012 e terminou em 3 de Março de 2013, registando-se 2.168 casos prováveis. Neste período confirmaram-se 1.080 casos em laboratório, correspondendo a 50% dos casos prováveis.
Isto nos dados reportados por hospitais públicos, centros de saúde e unidades do sector privado.
Mais vale prevenir do que remediar. Que campanhas, entretanto, foram feitas para que a população esteja atenta e possa evitar nova epidemia? As câmaras e o governo têm colocado as famosas armadilhas nos locais onde foram manifestados ao longo destes últimos anos os grandes focos como Santa Luzia? A aplicação de sal nas sarjetas caiu no esquecimento? Só irão aplicar  quando surgirem de novo os primeiros casos? Tem de haver uma luta sem tréguas. Afinal, os mosquitos não dormem. Quem dorme são as entidades que ficam à sombra da bananeira até que os hospitais e centros de saúde rebentem pelas costuras. Nessa altura, oh da guarda, quem nos acode… É sempre assim, e a responsabilidade morre sempre solteira. Estamos a viver um ponto alto na indústria turística: não queiram que nas instâncias internacionais se veja novamente o nome da Madeira associado  a esta “peste” que é um “sinónimo” de autêntico terrorismo biológico. No Porto Santo, a epidemia dos ratos esteve quase a zero; abandonámos praticamente essa vigilância reduzindo os custos quer em número de pessoal, quer nos produtos para eliminar essa praga. Hoje o Porto Santo começa a manifestar de novo uma colónia de ratos preocupante  e voltámos a estaca zero, sendo preciso começar de novo, desembolsando verbas desnecessárias  quando a manutenção tem custos  menores  ao erário publico.
Só nos resta rezar  para que a canção carnavalesca “tomara que chova três dias sem parar” não se concretize…