Paulo Farinha quis instalar uma roda gigante na Praça do Povo mas a APRAM chumbou

paulo farinha
Paulo Farinha continuará a insistir na instalação da roda gigante na Madeira, a exemplo de outras cidades do mundo.

O empresário Paulo Melich Farinha propôs à APRAM-Administração dos Portos da Madeira a instalação de uma roda gigante na Praça do Povo, a exemplo do que existe noutras cidades. Mas a Autoridade Portuária indeferiu o projeto, alegando o calendário dos eventos turísticos já agendado para a zona e o facto de o piso não suportar tamanha estrutura.

Ao FN, Paulo Farinha, que também tem sido um acérrimo defensor da vinda do “ferry” para a Madeira, garante que não vai abdicar deste projeto, voltando a fazer a proposta à mesma entidade, que tutela a Praça, desta feita no próximo ano, com outra localização: a leste da Praça, frente às históricas portas da cidade.

Portimão já a teve

Na sua perspetiva, não é nada de insólito e pode ser uma mais-valia para a dinamização empresarial e turística do Funchal, com uma oferta nova, numa simbiose entre o antigo e o moderno. O FN confrontou o empresário com o malogrado balão panorâmico, do também empresário Luís Camacho, na antiga Avenida do Mar. Sem paralelo, replicou: “Não se compara um balão volumoso muito exposto ao vento preso por cabos, com uma roda gigante muito mais adaptada ao vento. Quase todas as capitais da Europa dispõem de rodas gigantes. No ano passado, dei um passeio na fabulosa, moderna e atraente roda gigante de Paris, com 60 metros de altura, situada na Praça da Concórdia, perto do Obelisco de Luxor, com 23 metros de altura, que foi instalada em 1836, no reinado de Luis Filipe I, (1830 – 1848), oferecida pelo vice-rei do Egito, Mehmet Ali. O moderno e o antigo juntos”.

Dentro do espaço nacional, Paulo Farinha exemplifica com a recente instalação, na primeira semana deste ano, de uma roda gigante, com 37 metros de altura, na zona ribeirinha de Portimão. Uma roda que pertence a um empresário francês, que veio de França propositadamente para ser montada em Portimão. Daqui nasceu também a oportunidade de trazer a roda para a Madeira. “Constatando a ausência de atratividade de lazer na baixa do Funchal, contactei o gerente do equipamento de lazer, e negociei a vinda da roda para o Funchal. Como os franceses estavam dispostos a trazer a roda para a Madeira em Outubro deste ano, pedi autorização à APRAM em Junho do corrente ano para instalar a roda gigante na Praça do Povo.
Recebi a resposta no dia 11 de Julho, por via de correio electrónico, que não será possível deferir, porque colocava em causa um conjunto de eventos do calendário oficial da Secretaria Regional da Economia Turismo e Cultura, designadamente as festas de Natal e Fim do Ano para o local, que cada vez mais se afirma como uma nova centralidade para a dinamização de eventos de promoção da nossa Região.
Também se referiram ao tipo de piso aplicado na Praça do Povo não estar preparado para suportar cargas tão elevadas como a instalação de uma estrutura desta natureza acarretaria”.

Condições de instalação no Funchal
Mas Paulo Farinha, se por um lado respeita a decisão da diretora dos portos, por outro lado insiste na sua proposta e está convencido de que há lugar para esta estrutura. “Vamos ao quadro actual, a roda gigante seria instalada numa base de 20×17 metros em cima de barrotes de madeira com segurança. O pinheiro de Natal que se encontra na praça ficaria mais próximo do Cais da Cidade em vez de ficar centralizado na Praça do Povo. Resumindo, cabiam a roda gigante, o pinheiro e outras coisas, tornando-se uma dinâmica praça e pólo de atração. A ser autorizado o equipamento de lazer, antes e depois da montagem, a base de assentamento e a roda gigante seriam alvo de uma avaliação das condições de segurança associadas à instalação por inspetores de equipamentos de diversão do grupo ISQ”.

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Um exemplo do que Paulo Farinha pretende para o Funchal.

Face aos seus argumentos, defende que a decisão da APRAM de inviabilizar o projeto “foi precipitada em se referir que o pavimento da Praça do Povo não tinha condições para receber o equipamento. Todo o processo de instalação e funcionamento da roda gigante tem apólices elevadas de seguros, inclusive poderia ser efetuada uma avaliação do pavimento para aferir se numa base de 20x 17 metros suportaria uma carga de 95 toneladas, através de camiões cheios de areia. Enfim, a APRAM não me deu nenhuma hipótese de avançar com o projeto”.

Praça do Povo ou da APRAM?
Com alguma desilusão pelo “chumbo” inicial ao projeto e ironia, Paulo Farinha, remata nestes termos: “Concluo que, em vez de Praça do Povo, trata-se da Praça APRAM. A Praça do Povo perdeu uma atração e animação para residentes e turistas, que tornaria o Funchal mais cosmopolita além das festas de Natal e Fim do Ano.
A roda gigante, estando dotada de 8000 lâmpadas LED, proporcionaria espetaculares e diversos efeitos de luz, inclusive participando no novo evento “Festival de Luz” da iniciativa da SRETC. a realizar-se no primeiro semestre do ano de 2017. Em Outubro, a roda gigante viajou de Portimão para a Escócia, onde se encontra presentemente incluída nas festas de Natal. Em Lisboa, no Parque Eduardo VII instalaram uma roda gigante perto da Estátua do Marquês do Pombal, verdadeira atração de Natal, animando a zona envolvente”.

Um empresário, uma roda gigante para o Funchal, mais um projeto adiado.