As Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias assinalaram hoje o encerramento do centenário da morte da sua fundadora, Madre Mary Wilson (1840-1916), com uma eucaristia solene na Sé, presidida por D. António Carrilho.
Na cerimónia, participaram ainda mais quatro bispos – D. José Alves, atual arcebispo de Évora, e os eméritos D. Maurílio de Gouveia, D. Montes Moreira e D. Teodoro de Faria, vários sacerdotes, muitos fiéis e algumas entidades oficiais, nomeadamente o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, e o secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, entre outros. Madre Mary Jane Wilson, que foi chamada de “Boa Mãe” pelos madeirenses, fundou no Funchal (em 1884) a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, pouco tempo após ter desembarcado na ilha para onde viera acompanhar como enfermeira um paciente inglês.
Com o apoio e incentivo das autoridades diocesanas da altura, dedicou-se a assistir os “pobres, crianças, idosos e doentes”, criando escolas, farmácias e promovendo “obras de misericórdia” por toda a parte. Em 1907, o seu apostolado tornou-se notório no combate a uma epidemia de varíola, no Lazareto/Funchal, tendo recebido por isso a condecoração portuguesa de Torre e Espada. Com a implantação da República, em 1910, foi expulsa de Portugal e obrigada a viver no exílio, em Inglaterra. O regresso à Madeira deu-se em 1911; e depois de reorganizar a Congregação, morreu com fama de santidade em outubro de 1916, no Convento de São Bernardino, em Câmara de Lobos. Na atualidade, o seu carisma apostólico está presente em vários países, de todos os continentes, com particular relevo na Europa e em África.
A sua vida e obra foram lembradas pelo bispo do Funchal na homilia da eucaristia solene da celebração deste centenário, em que foi apresentada também uma mensagem do Papa Francisco. O seu “testemunho de santidade” e o “rosto misericordioso de Deus” que mostrou “ao longo dos tempos aos seus contemporâneos” são exemplos para os dias de hoje; a Igreja e a sociedade precisam destes “testemunhos, pedras vivas, luzeiros da esperança e do amor”, considerou D. António Carrilho.