JPP questiona se Governo estará a travar medicina nuclear

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O Grupo Parlamentar do Juntos pelo Povo (JPP) questiona se a Secretaria Regional de Saúde está a tentar travar a operacionalização da Unidade de Medicina Nuclear. Este serviço foi criado para dar uma maior resposta aos casos oncológicos dos cidadãos, servindo para aumentar a média da esperança de vida dos madeirenses e porto-santenses, que é quatro anos inferior ao continente.

Para o JPP, a recente visita do Secretário Regional Faria Nunes a Coimbra exemplifica bem esta tendência. “O governante solicitou ao Colégio de Especialidade em Medicina Nuclear que enviasse cá uma equipa para avaliação da condição física desta Unidade. Acontece que este organismo não tem competência, por si só, para a realizar. Esta avaliação tem de ser feita por uma entidade independente, idónea, que é a Entidade Reguladora da Saúde, através da nomeação de uma equipa composta por um médico especialista em medicina nuclear e mais dois técnicos”, explicou Patrícia Spínola, em conferência de imprensa, esta quinta-feira, 30 de junho, junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça.

A deputada do JPP lembra que para operacionalizar a Unidade de Medicina Nuclear, além desta avaliação, “o Governo Regional necessita de alocar um farmacêutico do hospital para gerir o stock de radiofármacos e contratar um engenheiro físico, para exercer funções de físico hospitalar, mas neste momento o profissional existente tem um vínculo de trabalho precário, que termina a 4 de julho”.

O JPP realça que “entre as 35 instalações existentes no país, apenas 6 têm o nível de complexidade em termos de licenciamento da Unidade do Funchal, mas neste momento quem está a efetuar os procedimentos na área de medicina Nuclear é a Quadrantes, uma empresa privada”.

Por tudo isto, o JPP questiona: “Que interesses privados são estes que tanta pressão fazem ao Governo Regional para fechar esta Unidade de Medicina Nuclear? O secretário diz que não quer encerrá-la, mas não é isso que demonstra, quando não segue os trâmites legais para pô-la em funcionamento. Há claramente uma tentativa do Governo Regional de reunir, junto de vários aliados, justificações para tentar fechar esta Unidade e, assim, justificar o uso dos dinheiros públicos junto dos privados, em vez de os canalizar para ajudar a população”.