Agora é a vez de a Câmara do Funchal contra-atacar. Em comunicado, divulgado ao início da tarde, o executivo de Paulo Cafôfo demarca-se do Governo Regional na recente polémica que envolve uma das pontes emblemáticas da cidade.
“É falso que este executivo da CMF tenha dado parecer positivo à destruição da Ponte Nova”, sublinha o documento assinado pelo gabinete de apoio à presidência.
A posição da autarquia surge depois de Sérgio Marques, o secretário regional que tutela as obras nas ribeiras, ter vinculado a CMF à decisão de destruição daquele equipamento.
“Os pareceres que foram solicitados a esta Câmara incidiram única e exclusivamente sobre as pontes do Bettencourt (Bazar do Povo) e da ponte Dom Manuel, merecendo resposta negativa em ambas as situações”, esclarece a autarquia. “No caso da primeira foi, inclusive, desaconselhada a demolição da mesma, uma vez que a CMF já a havia beneficiado em 2009. Na segunda, e mais antiga, foi dado parecer negativo à demolição pelo património histórico que a mesma representa”.
Diz o gabinete de Paulo Cafôfo que “nunca, em qualquer circunstância, este Executivo manifestou a sua concordância com a demolição da Ponte Nova ou de qualquer outra ponte”.
Sobre esta intervenção, a autarquia diz ser “interessante conhecer a opinião da Direção Regional da Cultura, que tão bom trabalho desenvolveu na preservação e valorização das ruínas do Forte de São Filipe”.
O executivo camarário lamenta a atitude do Governo Regional de tentar calar uma opinião contrária “com recurso a falsidades”.
“O comunicado da SRAPE demonstra não só o regresso a uma prática prepotente de mau convívio com a crítica, mas também uma intransigência que teima em disparar responsabilidades para terceiros, numa obsessão por continuar a obra a qualquer custo, furtando-se a discutir o que de facto é essencial, ou seja, a preservação do património”.
Caso a Secretaria de Sérgio Marques, a dona da obra, insistir em não escutar os apelos ao bom senso, e consequentemente na destruição da Ponte Nova, a CMF promete intervir judicialmente com vista à salvaguarda do património histórico, evitando assim danos irreversíveis à identidade da cidade.