Rui Marote (texto e fotos)

A 30 de Dezembro do ano transacto, Miguel Albuquerque visitava a conclusão das obras do cais norte. Nessa altura alertámos o presidente do Governo para duas anomalias: a não existência de WC naquela zona portuária, e a não existência de um elevador para a Avenida Francisco Sá Carneiro, evitando que os idosos e os deficientes motores tivessem de escalar a rampa de acesso à Praça do Mar.

O presidente, que atendeu o nosso alerta, chamou a atenção aos responsáveis por estas duas lacunas. Foi dito que a caixa do elevador existia, faltando desde há muito o seu acabamento. Ficou decidido que se tratava de uma obra prioritária e que iria avançar muito brevemente.

Já há alguns dias, chamaram-nos a atenção as obras nesses espaços, o que nos levou a acreditar que o WC e o elevador estavam a avançar.

Hoje detectámos que afinal as obras em questão destinavam-se à abertura de uma vala da Empresa de Electricidade para o lançamento de um cabo eléctrico, reforçando a rede, uma vez que com o hotel a abrir, e o Museu de Cristiano Ronaldo, tal era necessário. Até aqui, tudo certo. Acontece que o cabo, de uma espessura não prevista, não cabia na tubagem existente nem no local assinalado para subir para a Avenida Sá Carneiro, dificultando a curvatura.

Os ‘iluminados’ e a firma de construção civil concluíram, pois, que a maneira mais fácil seria utilizar as instalações do WC, onde já existia a tubagem, e as marcações de instalação das louças sanitárias, fechando a blocos.

Conclusão: o WC já era… resta apenas espaço para o elevador. Pensamos que tudo isto aconteceu à revelia da APRAM, uma vez que as obras em curso são da responsabilidade da Sociedade Metropolitana.

Há um velho ditado, na gíria militar: “desenrasca-te”. Foi o que aconteceu. “Ninguém é pago para pensar…”