Carolina Machado, uma humanista fundadora do Guidismo na Madeira

MEMÓRIAS CAROLINA MACHADO
Foto Rui Marote

O FN evoca hoje a memória de uma mulher de referência na Madeira que dá pelo nome de Carolina Rocha Machado, com relevante serviço prestado na Cruz Vermelha Portuguesa e fundadora do Guidismo nesta Região..

Foi sobretudo na década de 80 que esta mulher, dotada de grande humanismo e defensora das minorias, deu um contributo relevante a várias obras de natureza social e inaugurou o Guidismo na Região, segundo o espírtio de Baden-Powell.

Segundo os dados biográficos correntes, esta figura “nasceu na freguesia de São Pedro a 6 de Julho de 1901, sendo filha do banqueiro e filantropo Henrique Augusto Vieira de Castro e de Alegria Adida Vieira de Castro.

Cresceu herdando segundo alguns, a simpatia e afabilidade de sua mãe e uma grande abertura para os problemas da solidariedade humana, de seu pai.

Já em adulta revelava especial interesse no contacto com jovens, acompanhando por isso várias gerações, transmitindo regras sadias de convívio, numa maneira leal de fortalecer amizades, de revelar vocações e de construir equilibradamente projectos de vida.
A 6 de Junho de 1918 casou na Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Monte, com Luís da Rocha Machado. Deste casamento nasceram duas filhas – Maria Josefina Rocha Machado e Helena do Carmo Rocha Machado.
Ao longo da sua vida distinguiu-se em várias obras sociais, merecendo especial destaque a colaboração prestada na Delegação da Madeira de 1934 a 1986. Fundou o “Grupo de Voluntariado” da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa, na Madeira e foi presidente da “Secção Auxiliar Feminina da Cruz Vermelha Portuguesa”.

Juntamente com Miss Lester, funda em 1929 na Madeira, o movimento iniciado por Robert Baden-Powell e por sua irmã Agnes – GUIAS. O Movimento Guidista teria o seu maior impulso com a esposa de Baden-Powell, Mrs. Olave. Já em 1933, após a saída de Miss Lester, é eleita Chefe Regional para a Madeira e Açores.

No ano de 1937 o Movimento Guidista sofre um revés e é suspenso no Continente (retomado em 1954) e nos Açores, sendo o núcleo da Madeira o único que nunca interrompeu a sua actividade. A Chefe Carolina, como muitos a tratavam, cria um núcleo de Guias na freguesia do Monte e outro em São Roque. Depois em 1953, é criada a Segunda Companhia das Guias em 1962, é criada a Terceira Companhia das Guias e em 1970, é criada a Companhia das Guias Marítimas.

No seu percurso de vida foi condecorada e homenageada, diversas vezes:

– 1938 – Homenagem do Corpo Nacional de Escutas, com atribuição da Cruz de Agradecimento de 1ª classe (ouro);
– 1962 – Atribuição de Medalha de Mérito concedida pela Cruz Vermelha Portuguesa;
– 1983 – Atribuição de Medalha de Mérito Guidista;
– 1983 – Atribuição de Medalha de Autonomia, pelo Governo Regional da Madeira;
– 1985 – Concessão do título honorário da Associação Guias de Portugal.
Carolina Rocha Machado faleceu a 18 de Março de 1986″.