Jardim com farpas para a governação de Miguel Albuquerque

alberto-joao-jardim-09Ontem, no debate mensal, no parlamento regional, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque afirmou, a propósito do concurso das iluminações de Natal o seguinte: “acabaram as brincadeiras” e “jogadas” de alguns empresários.

Num artigo de opinião denominado “É bom que as brincadeiras acabem”, o ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim reagiu, há pouco, e à letra:

“A brincadeira é própria de todas as idades.
Traduz um estado de espírito.
É brincadeira, apresentar como nossas, iniciativas de outros já antecedentemente lançadas.
É brincadeira, chamar a nós, soluções que antes já estavam tomadas.
É brincadeira, penalizar uns, por defender o Povo da sua terra, e a seguir, chegados os amiguinhos, assumir então a decisão que levara os reivindicantes de antes a suportar uma sanção.
É brincadeira, só resolver tudo o que antes estava travado, por razões pessoais.
Até porque quem confunde questões de Estado com questões pessoais, não é estadista.
É brincadeira, continuar a não se saber ler a conjuntura e preferir a fractura que debilita, à união que faz a força.
É brincadeira, não deixar usar uma infraestrutura antes já comprovadamente utilizada, só para justificar teimosias exibicionistas e irracionais do passado.
É brincadeira, viver no “wishful thinking” como se a realidade fosse aquilo que se deseja, e não a que efectivamente é.
É brincadeira, confundir com TRABALHO, cenas de parlamentarismo desacreditado.
É brincadeira, enfileirar em “desígnios” que não são prioridades, mas mera “opinião publicada”, só para cultivo de climas de “união nacional”, à partida condenados por lhes faltar a indispensável dialética política. E, por outro lado, não se concretizam as infrastruturas necessárias a impedir desertificações do território, ou a estabelecer seu ordenamento nas faixas suburbanas.
É brincadeira, a colagem do colonizado ao colonizador, bem como urdir as políticas de Emprego e de Desenvolvimento através de estratégias meramente assistencialistas.
É brincadeira, acusar Empresários e Administrações anteriores, sem fundamento, para acudir a “cabos eleitorais”.
Como são brincadeiras, as catadupas de anunciações sem correspondência, com os inerentes riscos de descrédito apesar da comunicação social domesticada, que se dizia ser no passado.
E a brincadeira é tanta, que se teme que entre numa espiral sem retorno, estragando tudo o que se erguera ou conquistou, só para imitar o estalinismo na tentativa tonta de apagar a História.

Funchal, 30 de Outubro de 2015

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim

Subscrevo-me com elevada consideração, apresentando os meus melhores cumprimentos”.