O merecido descanso dos “guerreiros”

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Fotos Rui Marote

A objetiva de Rui Marote captou o descanso merecido dos “guerreiros”. dois médicos a quem a Região muito deve: Jorge Malheiro Araújo (à esquerda) e Nicolau Borges. A desfrutar do café, em plena baixa funchalense.

Foram muitos anos a servir a saúde na Madeira e a atender os doentes de forma abnegada e com distinta educação. Primeiro os doentes e depois tudo o resto. Deixaram saudades num sistema que registou depois mudanças profundas e muitas escolhas pouco acertadas.

Acumularam o serviço público hospitalar com a clínica privada mas sem a promiscuidade que por vezes se comenta. São uma estirpe de outras épocas e costumes, onde não basta parecer mas há que ser. Há gestos que nos ficam na memória: receber o doente de pé, na porta do consultório, ouvi-lo e aconselhá-lo pacientemente, sem cronómetros, e acompanhá-lo à saída. Num tempo onde a falta de cortesia escasseia, que nostalgia destes tempos e destes profissionais de elevação!

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Foto Rui Marote.

Noutro espaço, Rui Marote regista outro grupo de aposentadas em convívio num café da cidade. Foram professoras e procuraram servir a educação com entusiasmo e dedicação. Hoje, com tanta polémica a ensombrar o ensino e o sucessivo corte de direitos dos professores, é caso para dizer que estas profissionais cessaram funções na hora certa.

Quanto alunos receberam o contributo destas funcionárias públicas da educação! Num tempo em que o professor granjeava a estima e respeito da população e dos próprios discentes. Ficam as memórias, revividas em convívios e o prazer de reencontrar os alunos, hoje distintos profissionais, a quem ajudaram a crescer.

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Foto Rui Marote

Na mesma cidade, e nesta manhã de sexta feira, a câmara de Rui Marote captou também o descanso de bancários que serviram as instituições financeiras madeirenses, num tempo bem diferente do atual em que só os números é que contam. A ligação funcionário-cliente era muito próxima e a fidelização era uma realidade. Depois disso, virem os investimentos miraculosos, as jogadas especulativas, a ganância a capitalizar os gestores e a queda de gigantes da banca. Por tudo isto e não só, também é caso para dizer que estes profissionais deixaram o setor a tempo e usufruem hoje do merecido repouso.