Fabíola de Sousa

Cerca de duas dezenas de cidadãos manifestaram-se hoje, no Largo dos Varadouros, contra o monopólio portuário do Grupo Sousa. O porta-voz da iniciativa, Luís Oliveira, declarou à comunicação social que o objectivo do protesto é acima de tudo “alertar e também solicitar ao Governo Regional da Madeira, que tanto tem mostrado empenho no restabelecimento da linha marítima, que tenha o cuidado de ser a entidade reguladora e que estabeleça as regras de gestão dessa eventual linha, e que não seja um grupo privado a estabelecer as leis de mercado”, vincou.

Luís Oliveira referiu também que o grupo de cidadãos pretende que caso seja restabelecida a ligação marítima entre a Madeira e o Continente o Grupo Sousa não monopolize o sector, “queremos alertar para a situação que, eventualmente, se venha a verificar, a linha ferry seja restabelecida entre a Madeira e o Continente, o Grupo Sousa, não a monopolize pois é isso que tem acontecido. Há realmente um cartel nos portos marítimos de carga, já de há muitos anos a esta parte, e não temos visto nenhuma entidade regional, nem nacional a defender os interesses da população insular”, explicou o porta-voz da iniciativa, salientando, que para que isso não se verifique com o transporte via ferry é preciso intervenção governamental. “Se um grupo privado controlar o mercado fica tudo na mesma, muda apenas a embalagem do transporte de mercadorias”, declarou.

Luís Oliveira relembrou que a Madeira e os Açores continuam a ser as únicas regiões insulares, em toda a Europa, que não tem ligações marítimas de passageiros.

De referir, que nesta manifestação realizada com alguma chuva à mistura estiveram alguns dirigentes políticos do PND, Gil Canha, Baltazar Aguiar e Dionísio Andrade, José Manuel Coelho em representação do Partido Trabalhista Português e alguns dirigentes do Bloco de Esquerda, assim como alguns cidadãos anónimos que querem a volta de uma linha ferry entre a Madeira e o Continente.