Esgoto a céu aberto no Ribeiro da Vitória

Junto à unidade de gás natural, o ribeiro da Vitória chama a atenção pelo cheiro a esgoto.
Junto à unidade de gás natural, o ribeiro da Vitória chama a atenção pelo cheiro a esgoto.

O cheiro nauseabundo faz torcer o nariz a quem passa junto ao Ribeiro da Vitória, paredes meias com a unidade de gás natural, na foz dos Socorridos.

Para além da água acastanhada que escorre pelo ribeiro e do cheiro desagradável que se faz sentir na zona, a visão dos dejetos acumulados denota a existência de um esgoto a céu aberto numa zona onde transitam diariamente centenas de pessoas, a maioria com o objetivo de usufruir de um passeio pedonal à beira mar.

A acumulação de dejetos causa repulsa e preocupação.
A acumulação de dejetos causa repulsa e preocupação.

Não foi possível apurar a origem desta descarga, mas a situação preocupa sobretudo numa altura em que se inicia a época balnear. Quem por ali anda facilmente percebe que o afluente desagua no calhau a jusante, o que causa apreensão na maioria dos banhistas, na medida em que a zona onde ocorre o foco de poluição se encontra relativamente perto das praias existentes ao longo da promenade que liga a Praia Formosa a Câmara de Lobos.

As situações de contaminação das águas na faixa marítima entre o Clube Naval e a Praia Formosa são recorrentes, condicionando as idas à praia dos madeirenses. No entanto, raras vezes são identificados os responsáveis, ficando a sensação de que o crime ambiental compensa.

Numa zona de grande frequência de turistas e locais, o ribeiro apresenta más condições ambientais.
Numa zona de grande frequência de turistas e locais, o ribeiro apresenta más condições ambientais.

Uma vez que o ribeiro se localiza na margem esquerda da Ribeira dos Socorridos, pertencerá à freguesia de São Martinho, Funchal.

As garantias de qualidade das águas balneares no concelho ficaram condicionadas a partir do temporal de 2010. Os estragos e as próprias obras de requalificação fizeram piorar os parâmetros de alguns acessos ao mar. Os próprios critérios de atribuição da Bandeira Azul, galardão europeu que premeia as zonas balneares com garantias de qualidade ambiental e segurança, foram alterados, contabilizando agora os últimos quatro anos. Em resultado destas condicionantes, seis praias da Madeira perderam, este ano, a Bandeira Azul. Saíram da lista as praias da Calheta, Ponta do Sol, Ribeira Brava, Clube Naval, Barreirinha e Galo Mar, enquanto Lido-Complexo Balnear e Roca Mar reentraram.

Para 2015, o arquipélago somou 11 galardões para praias costeiras, em seis concelhos, tendo perdido as duas bandeiras que tinha em portos/marinas, ao saírem da lista as marinas do Funchal e da Quinta do Lorde.