Prova de Português de 9º ano foi acessível e equilibrada

A prova nacional de português foi considerada acessível por professores e alunos.
A prova nacional de português foi considerada acessível por professores e alunos.

Na Madeira, cerca de três mil alunos de 3º Ciclo e Secundário deram início esta manhã à época de provas e exames nacionais, testando os seus conhecimentos nas disciplinas de Português (9º ano) e Filosofia (11º ano). A Associação de Professores de Português já deu o seu parecer relativamente ao exame de 9º ano: acessível, equilibrado e adequado ao nível etário. Espera, por isso, resultados satisfatórios.

Acessível e dentro das expetativas e programa lecionado. Esta foi a opinião generalizada, ao final da manhã, sobre a prova nacional de Português realizada pelos alunos de 9º ano. Professores e alunos mostraram-se satisfeitos com a estrutura, conteúdos e temáticas de um exame que, este ano, obrigou exclusivamente a escrever ao abrigo do novo Acordo Ortográfico (AO90).

A temática das viagens marítimas foi transversal a toda a estrutura da prova final de 3º Ciclo, desde um texto informativo a excertos literários (adaptação de Peregrinação de Fernão Mendes Pinto por Aquilino Ribeiro e estrofes do Canto VI d’Os Lusíadas, de Luís de Camões) no domínio da leitura e interpretação, passando pela narrativa de uma exploração e aventura submarina, a testar a capacidade dos alunos no domínio da produção escrita.

Composta por quatro grupos, conforme estrutura estabelecida em 2014, a prova parece ter agradado igualmente a Associação de Professores de Português que, no seu parecer publicado há pouco, antecipa “resultados satisfatórios” para a prova nacional de 9º ano.

Numa análise detalhada às atividades propostas em cada grupo, a APP considera que, no global, a prova foi “acessível, com menor número de solicitações do que as de anos anteriores”. Ou seja, apresentou atividades mais fáceis, tendo contribuído para tal a abolição da resposta de desenvolvimento, com número limite de palavras e obediência a cinco tópicos, o sublinhado na classificação de orações, o tema selecionado para o item de produção textual, pela proximidade à faixa etária dos examinandos, e ainda o facto de ser pedida a construção de um texto narrativo e não expositivo ou argumentativo.

Viagens, época dos Descobrimentos e exploração do fundo do mar foram as temáticas utilizadas ao longo da prova, as quais, no entender da APP, foram articuladas de uma forma lógica.

Outro dos benefícios terá a ver com os critérios de classificação. Atendendo à recente decisão do IAVE de estabelecer uma maior flexibilidade, os critérios de classificação – que servem de referência aos professores que vão rever os testes – poderão ser alterados a meio do processo de classificação dos enunciados, sempre que se verifique que um aluno deu uma resposta válida que não estava prevista no guião oficial.

Docentes receiam penalização com Acordo Ortográfico 

Os resultados serão conhecidos em julho e só nessa altura se saberá qual o verdadeiro impacto nas classificações daquela que é a grande novidade deste ano: a obrigatoriedade de os alunos escreverem segundo a grafia estabelecida no Acordo Ortográfico de 1990 (AO90). Nos anos anteriores eram consideradas válidas tanto esta grafia como a que foi estabelecida em 1945.

A recém-criada Associação Nacional de Professores de Português (Anproport) está preocupada com esta questão, uma vez que a utilização de ambas as grafias, seguida em muitas escolas, redundou num “caos ortográfico”. Contas feitas, os docentes consideram que, nos exames do secundário, os erros relacionados com a aplicação do AO90 poderão levar alunos a perder quatro valores.

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) já desvalorizou este cenário, contrapondo com o argumento de que “a probabilidade de desvalorização por erros ortográficos devido ao uso da antiga grafia é de 0,6 pontos, ou seja, um ponto em 200”. A escala de classificação das provas do secundário é de 0 a 200, depois convertida para a escala de 0 a 20. No 9.º ano as provas são classificadas com uma escala de 0 a 100%.

Recorde-se que os exames têm um peso de 30 por cento no total da classificação final nesta primeira fase. No 9º ano, caso o aluno não tenha sido admitido a esta fase ou venha a chumbar, poderá voltar a tentar a 2ª fase, mas aí só serão tidas em conta as notas obtidas nos exames.

3.054 alunos e 436 professores

De acordo com a Secretaria Regional de Educação, na Madeira, apresentaram-se a exame de Português, de 9º ano, 2.518 alunos, outros 35 sujeitos a prova de escola (para alunos com Necessidades Educativas Especiais). O número de faltas não atingiu 1% do universo de alunos. No secundário, 500 dos 533 inscritos realizaram o exame nacional de Filosofia.

Dos 3.054 alunos que realizaram hoje provas, distribuídos por 218 salas de 65 estabelecimentos de ensino, 975 usaram a tolerância de tempo, o correspondente a 31,9% do total. O número de professores vigilantes envolvidos nas provas foi de 436.

Entretanto, no cumprimento do calendário de Provas Finais do 3.º Ciclo do Ensino Básico, quarta-feira (17 de junho), realizar-se-á, às 9h30, a Prova Final de Português de Língua Não Materna, do 9.º ano de escolaridade, para a qual estão inscritos 12 alunos.

No que respeita aos Exames Nacionais do Ensino Secundário, também na próxima quarta-feira e à mesma hora, terá lugar o exame do 12.º ano de Português, estando inscritos 2 178 alunos, enquanto os exames de Português para alunos com necessidades educativas especiais e Português Língua Não Materna registam um inscrito cada.

Ainda nesta quarta-feira, às 14 horas, terá lugar o exame de Latim, no qual estão inscritos três estudantes.