Gil Canha profetizava “embuste” no novo Hospital já em 2021

Na sequência das mais recentes informações sobre o novo hospital da Madeira, cujo concurso público o “Expresso” afirma ter sido tecido à medida das imposições da AFA, segundo um email enviado a Pedro Calado (ver artigo anterior no FN), vale a pena recordar um texto de Gil Canha, ainda disponível online, no blog do falecido jornalista Luís Calisto, “Fénix do Atlântico”.

Link: https://fenixdoatlantico.blogspot.com/2021/10/o-grande-embuste-este-foi-o-projecto-do.html#more

No dito artigo, Gil Canha fazia a apologia da instalação do novo hospital no terreno onde entretanto se instalou a loja da Leroy Merlin, na Nazaré, um terreno plano.

Segundo escrevia Gil Canha a 30 de Outubro de 2021, no blogue de Calisto, “a construção do novo hospital em Santa Rita é o maior embuste do governo albuquerquista, e foi engendrado aloucadamente para satisfazer o poderosíssimo lobby do betão, fartar meia dúzia de iluminados, e ludibriar o povo superior”.

No artigo, Gil Canha escreve que os terrenos onde hoje assenta a Leroy Merlin seriam apropriados e não necessitariam de expropriações enormes nem do sacrifício de terrenos agrícolas de qualidade.

“(…) em Santa Rita, o terreno perdido para taludes, muros de contenção das diferentes bancadas de implantação dos blocos leva mais de 20% dos 174.632 m2 da área expropriada, enquanto que, no quarteirão da antiga PREBEL, por ser plano, não necessitaria daquelas escavações monstruosas nem daquelas muralhas”, escreve Canha.

“Quando eu era deputado na ALRAM, além de conhecer o inteligente projecto arquitectónico do gabinete do Arq. Pedro Araújo para a área da PREBEL, sempre me opus à construção faraónica do Novo Hospital em Santa Rita, (como sabem engendrado por gente insana, calculista, irresponsável, de um populismo mais serôdio que se possa imaginar, ligada ao PSD, CDS e a um conhecido cretino do PCP), e numa das sessões parlamentares questionei o Vice-presidente do Governo, Pedro Calado, sobre os valores astronómicos que iriam ser gastos na descomunal movimentação de terras, muros de contenção periférica, e, essencialmente, em obra subterrânea, já que o poio de bananeiras não tinha nenhuma infraestrutura de raiz nas cercanias, tinha uma diferença de cotas brutal o que obrigaria a enormes muralhas com mais de 30 metros de altura. E sabem o que Pedro Calado me respondeu?! “Que eu era ignorante, porque o Novo Hospital não tinha caves subterrâneas”, ora, na gíria da construção, diz-se – obra subterrânea –  tudo aquilo que de oculto aparece na obra e que faz disparar o seu custo, – geralmente é um inferno para o promotor e um bombom para o construtor. No caso em apreço, quem vai carregar com o peso todo, é o povo, sempre bem esmagado e espremido!”, profetizava Gil Canha.

“Este artigo não vai adiantar coisa nenhuma porque o mal já está feito, mas para memória futura, será uma prova indelével que houve alguém que chamou a atenção para o embuste. Ah povo enganado!”, concluía o ex-deputado.