Partidos questionam legitimidade de Albuquerque para continuar no poder

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O dirigente do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, considerou hoje que Pedro Calado não tem condições para continuar como edil do Funchal, e questionou também se Miguel Albuquerque tem condições para manter-se à frente do executivo madeirense. Ambos foram constituídos arguidos por suspeitas de corrupção e outros crimes, inclusive condicionamento da comunicação social regional.

Paulo Cafôfo veio afirmar que, desde 2015, o PS tem estado a denunciar estes alegados comportamentos do Governo.

Entretanto, o líder do PS-M, Pedro Nuno Santos, disse hoje que não “é avisado da sua parte” exigir a renúncia de Miguel Albuquerque, e eleições antecipadas na Madeira. “No entanto, a coerência política é um valor importante”, disse, comparando o caso Albuquerque com o de António Costa – que se demitiu ao saber-se alvo de investigação.

Já André Ventura queria hoje que Luís Montenegro esclarecesse se mantinha a confiança em Albuquerque, considerando que “este caso está numa fase bem mais avançada, bem mais indiciada, sustentada, do que aconteceu com António Costa, por exemplo”.

“Não podemos ter uma bitola para o primeiro-ministro, e com a demissão dele, e ter outra bitola para o Governo Regional”, disse Ventura. Luís Montenegro, entretanto, viria reafirmar confiança política em Albuquerque.

Da parte de outros partidos, as reacções dividiram-se: o PAN, por Inês Sousa Real, disse que não se devem tirar consequências políticas quando ainda não existe acusação, e alertou contra “queimar a credibilidade das pessoas em praça pública”.

Mariana Mortágua, do BE, considerou que os madeirenses conhecem bem a realidade da sua terra e entende que Albuquerque tem de demitir-se. “É responsável político por este regime de favorecimento a negociatas privadas”, sentenciou.

“Nós sabemos o que se passa na Região Autónoma da Madeira”, asseverou.

Já o PCP, através do seu líder, Paulo Raimundo, disse que o processo é conhecido apenas há horas, mas assenta em problemas que têm décadas.

“Nós há muito tempo que alertámos na Madeira e no plano nacional, este problema que é preciso resolver de uma vez por todas: o poder político estar subordinado ao poder económico.

A Iniciativa Liberal, por outro lado, também se manifestou dizendo que Albuquerque, em seu entender, não pode continuar à frente da governação madeirense.