Maior “assalto” ao bolso de utentes e funcionários do Hospital é o impune parque de estacionamento a ganhar com a saúde pública

 

O Funchal Notícias, por diversas vezes, tem alertado para o problema mas, ao que parece, sem eficácia. No entanto, apesar da falta de resposta aos interesses dos cidadãos da Madeira, o FN volta a denunciar aquilo que considera ser, passe a gíria, a maior “ladroagem” que está a acontecer no Hospital Dr Nélio Mendonça, ante a impotência de todos os utentes e, pasme-se, dos governantes: os preços escaldantes cobrados aos utentes, famílias  e funcionários do SESARAM no parque de estacionamento das viaturas.

Que é preciso pagar um estacionamento nesta cidade, já todos o sabem e cumprem. Que é preciso pagar nas imediações ou até em parque de estacionamento coberto do Hospital, todos compreendem. O que se torna, cada vez mais, intolerável são os preços exorbitantes que há anos consecutivos continuam a ser cobrados pela SABA-CPE-Companhia de Parques de Estacionamento, S.A., aos utentes e funcionários do SESARAM que se veem literalmente forçados a estacionar a sua viatura para poderem fazer consultas, visitar doentes ou trabalhar nesta unidade de saúde pública. Aliás, o FN apurou que, recentemente, a companhia aumentou em 10% o custo do tarifário para os funcionários do SESARAM, que comem e calam sem alternativa.

Pode-se dizer que, presos a um negócio por rostos do passado que já saíram de cena, com a titularidade da saúde pública então nas mãos, as gerações atuais estão a pagar este garrote sem poder defender-se, o mesmo acontecendo com as autoridades oficiais que governam a saúde pública, reféns de uma parceria público-privada que faz com que o setor privado veja neste negócio uma verdadeira mina, enquanto o utente e funcionários, sem solução, têm de sujeitar-se à máquina que leva tudo. Por exemplo, por pouco mais de 2 horas de estacionamento já lá vão mais de cinco euros. Curiosamente, mesmo com preços faraónicos, há momentos que até nem lugar há para estacionar porque o parque está lotado. Ora aqui está um negócio da China com a saúde.

Os utentes, diante da máquina devoradora de moedas e de notas, queixam-se de “um verdadeiro assalto” ao bolso deles e dos funcionários do SESARAM, enquanto que quem gere a máquina se distrai com eventozinhos de quarta categoria ou então fala para o telemóvel para desviar-se das críticas dos cidadãos que, justamente, têm direito a reclamar daquele que é hoje “o maior ladrão do hospital” – assim dizem os utentes – ou então continua a desculpar-se com a impotência face a contratos assinados por políticos do partido que já saíram de cena.