No dia 31 de Março de 2023, comemorou-se o 25º aniversário da Analgesia do Trabalho de Parto (ATP), no Serviço Regional de Saúde. Regista-se, a partir de então, a participação do Anestesiologista na equipa multidisciplinar da Sala de Partos.
Para o SESARAM, este marco histórico reveste-se de grande importância, pela enorme melhoria da qualidade de cuidados de saúde que significou, e significa, para a nossa população, tanto a residente, como a flutuante.
O nascimento constitui um momento único e uma das vivências mais emocionantes que a mulher pode experienciar durante a sua vida. Porém, o processo fisiológico do parto desencadeia dor, frequentemente de grande intensidade, sendo esta uma das principais preocupações da grávida e da parturiente, refere o SESARAM.
Os elevados níveis de dor, muito embora não constituam uma ameaça à vida da parturiente, podem desencadear respostas fisiológicas, que influenciam o bem-estar materno e fetal, assim como a evolução do trabalho de parto.
Deste modo, o alívio da dor tornou-se um objectivo primordial para todos os profissionais de saúde que atendem a parturiente.
É neste contexto que o Anestesiologista desempenha um papel fundamental, pois tem à sua disposição diversas opções farmacológicas para melhoria ou eliminação do desconforto materno.
As abordagens farmacológicas podem ser classificadas como loco-regionais ou sistémicas. As técnicas analgésicas loco-regionais incluem as técnicas do neuroeixo (analgesia epidural, raquidiana ou combinada raqui-peridural), consideradas as mais eficazes, por possibilitarem uma analgesia ideal e com efeitos colaterais mínimos para o binómio materno- fetal, sendo hoje uma prática bem estabelecida e segura. Inclui ainda, o bloqueio de nervo pudendo, refere o SESARAM.
As medidas farmacológicas sistémicas, que podem ser utilizadas em caso de contraindicação ou recusa para a realização de analgesia do neuroeixo, englobam a analgesia inalatória e a analgesia endovenosa.
No Serviço de Saúde da RAM, a taxa de ATP suplanta, desde há vários anos, os 80%, constituindo um importante indicador de qualidade.
É indispensável que a puérpera esteja devida e antecipadamente esclarecida sobre as várias opções de alívio da dor disponíveis, para que possa tomar decisões e ter uma participação activa em todo o processo, juntamente com os elementos da equipa de saúde que a atendem.
A eficiência da ATP, contribui para a experiência positiva do parto, possibilitando que este momento inesquecível se torne, ainda, mais feliz.