Dias após o anúncio do Governo Regional de que a cana sacarina será aumentada em cerca de 6 cêntimos por quilo, Rafael Nunes, do JPP, veio recordar que há sensivelmente um ano, em Março de 2022, “o JPP discutia na Assembleia um diploma que propunha exatamente um aumento de 6 cêntimos para a cana”, proposta chumbada na altura, “mas hoje, adoptada pelo Governo Regional”, referiu o vice-presidente do grupo parlamentar.
Em contacto com os produtores de cana-de-açúcar, na freguesia dos Canhas, o JPP frisou que “esta é uma boa notícia e uma vitória para o JPP e para os produtores de cana-de-açúcar” mas “tem muitas reticências”.
“Nós entendíamos que o Governo Regional tinha de apoiar directamente o sector, atendendo ao esforço dos produtores de cana, que neste momento passam grandes dificuldades para conseguir concretizar a produção”.
Contudo, “este aumento agora anunciado pelo secretário regional da Agricultura baseia-se, essencialmente, em fundos comunitários e no esforço dos engenhos, privados” com o Governo Regional a assumir “apenas, 2 cêntimos por quilo de cana-de-açúcar”.
Rafael Nunes disse que, dos 36 cêntimos que irão ser pagos ao produtor de cana-de-açúcar, “19 cêntimos serão fundos comunitários, 15 cêntimos serão assumidos pelos engenhos e o Governo Regional assumirá os restantes 2 cêntimos”.
Para o JPP, “um ano depois da proposta apresentada, com os constantes aumentos dos custos de produção, com todas as dificuldades associadas ao sector e com a valorização dos próprios subprodutos da cana, que têm vindo a duplicar o valor no mercado”, este aumento torna-se “extremamente baixo”, referiu.
Rafael Nunes frisou o esforço e o trabalho árduo destes agricultores, deixando o apelo ao “Secretário Regional para que, de facto, consiga apoiar mais o sector da cana, consiga ir até os 10 cêntimos de apoio, o que dava uma margem de 44 cêntimos por cada quilo de cana-de açúcar entregue nos engenhos”.
“Consideramos que, actualmente, este seria um valor justo, um valor justo pelo trabalho, um valor justo pela excelência deste produto e um valor justo, também, para a valorização da agricultura regional”, concluiu.