O PS-M considera “inaceitável e uma prova do desprezo do Governo Regional pelas populações da costa norte” a decisão do SESARAM de não reabrir os serviços de urgência de Santana e Porto Moniz durante a noite.
Reagindo às declarações de Miguel Albuquerque, que, ontem, em concordância com a presidente do SESARAM, disse que não faz sentido manter estes serviços abertos durante a noite, o presidente do PS-Madeira acusa o Governo Regional de estar a ser negligente ao privar as populações destas localidades do acesso a estes cuidados de saúde.
Já em Outubro de 2021, disse Sérgio Gonçalves, a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou um projecto de resolução a recomendar ao Governo Regional a reposição do atendimento permanente dos serviços de urgência dos Centros de Saúde de Santana e Porto Moniz.
“Desde 2012 que o Governo Regional tem vindo a privar as pessoas de Santana e do Porto Moniz dos cuidados de saúde urgentes no período nocturno, obrigando-as a se deslocarem para outros concelhos, esquecendo-se da dispersão geográfica destas localidades e das distâncias que têm de percorrer para esse efeito. Circunstâncias que, em determinados casos, podem levar ao agravamento da situação clínica destes doentes”, critica Sérgio Gonçalves.
O líder socialista recorda que, em 2021, o próprio candidato do PSD à Câmara de Santana prometeu a reabertura das urgências 24 horas por dia, exigência que também era partilhada pelo CDS. “Que resposta tem agora o Governo da coligação PSD-CDS para dar às pessoas que reclamam – e bem – a reabertura destes serviços de saúde?”, questiona o presidente do PS-M.
Além da decisão do Executivo, que defrauda as expetativas da população, Sérgio Gonçalves aponta o dedo à “arrogância” de Miguel Albuquerque, que disse que ter estas infraestruturas abertas durante toda a noite é “um dispêndio de dinheiro inútil”.
“Temos um presidente do Governo que considera que é inútil gastar dinheiro para assegurar os cuidados de saúde às pessoas destes concelhos do norte da ilha, mas que, paradoxalmente, opta por continuar a esbanjar milhões e milhões de euros em nomeações e tachos, em obras inventadas, bem como por pagar milhões por obras que nem chegaram a realizar-se, conforme, aliás, confessou recentemente o ex-deputado do PSD, Sérgio Marques”, constata o líder socialista.