BE contra a redução do contingente de acesso ao ensino superior

O Bloco de Esquerda considerou “inadmissível” que os estudantes das Regiões Autónomas sejam prejudicados nas suas condições de acesso ao ensino superior, numa clara injustiça para com os jovens madeirenses e açoreanos que, com o seu esforço e das suas famílias, têm procurado prosseguir os seus estudos para o nível universitário.
“Esta também foi uma conquista das autonomias e uma forma de o Estado esbater as assimetrias e grandes desigualdades existentes entre as ilhas e o continente português ao nível da educação e prossecução dos estudos, a par da sempre eterna questão da continuidade territorial”, refere um comunicado dos bloquistas.
O Bloco de Esquerda entende que é, por isso, grave que a senhora ministra do ensino superior, sem qualquer respeito pelas autonomias e, pelo que se percebe, pelas instituições locais, já que ninguém sabia de nada, tenha anunciado a redução para 2% do contingente das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores no acesso ao ensino superior, refere o partido.
“Esta descriminação positiva existe pelas dificuldades naturais e efectivas de quem vive nas ilhas e não pode ser riscada de modo unilateral e injustificado. O Bloco de Esquerda bater-se-á, nas instâncias devidas, para que que este retrocesso não se concretize, ainda para mais quando o Partido Socialista voltou a negar à Universidade da Madeira a merecida majoração do seu financiamento”, acrescenta-se.
“Todos sabemos que o ensino universitário na Madeira dispõe de uma oferta limitada de cursos. No entanto, tal realidade não pode ser limitativa da oferta a que os nossos jovens possam aceder.
Num país, que tem feito uma forte aposta na educação universitária, que tem tido sucesso ao nível da evolução dos níveis de educação da sua população, e a que os nossos jovens têm correspondido – só este ano lectivo foram ocupadas mais de 53 mil vagas – não pode vir coarctar a liberdade de escolha e a luta de tantas e de tantos jovens madeirenses que procuram no ensino superior o reforço da sua capacitação, mas também o sonho e a vontade de uma vida melhor”, conclui o Bloco.