Iniciativa Liberal diz que o CDS é “meretriz” da política regional

A Iniciativa Liberal veio comentar em comunicado o Congresso Estatutário de outro partido, o CDS-PP. “Os Congressos, no nosso caso Convenções, são momentos de grande importância para os partidos. Definem linhas de rumo, procuram alterar e melhorar o que está errado”, diz a IL.

“O Sr. José Manuel Rodrigues, que por acaso é Presidente da Assembleia Legislativa da RAM, é também presidente do Congresso dos conservadores. Decidiu, como tal, fazer análise política e propor soluções estratégicas quanto ao futuro, no que diz respeito ao seu partido, que infelizmente, dizemo-lo com toda a sinceridade, não tem deputados na Assembleia da República. Uma solução que criasse uma coligação de direita entre o PSD e o CDS. A isso responderá o PSD, se o quer ou não. Não é assunto que nos diga respeito, ou preocupe sequer”, prossegue a IL.

“Deu como exemplo o que se passa na Madeira, onde uma coligação entre os dois partidos assegura a governação. Dá-lhe o mérito de, assim, ter deixado a esquerda e os liberais radicais de fora. Calculamos que o epíteto de radicais se refira a nós. Nas últimas regionais a Iniciativa Liberal teve menos de mil votos e, como facilmente comprovável pelo Presidente da ALRAM nas listas de presença no hemiciclo, não elegeu nenhum deputado. Quem nos deixou de fora foi o eleitorado, não foi o CDS-PP da Madeira”, comenta Helena Figueirôa, pela Comissão Coordenadora do NT da Iniciativa Liberal Madeira.

Falando do seu suposto radicalismo, a IL questiona:

“Pensar que a Madeira devia ter um regime fiscal próprio, faz da IL radical?
Propor que, transitoriamente, se aplique a redução dos 30%, previstos na lei, a todos os impostos, faz da IL radical?
Sugerir que na saúde, público, privado e sector social deem as mãos de modo a assegurar a todos os madeirenses os cuidados que merecem, faz da IL radical?
Preconizar uma maior autonomia efectiva nas escolas e entender que o privado faz parte da equação, defendendo o cheque-educação, faz da IL radical?
Acarinhar o aumento das responsabilidades acometidas à Autonomia, aprofundando-a, faz da IL radical?
Defender a extinção do cargo de Representante da República, faz da IL radical?
Pensar que o livre mercado é proporcionador de riqueza e que ao Estado compete regular, com conta, peso e medida, de modo claro e objectivo, e fiscalizar muito, faz da IL radical?”, questiona o partido. E continua:
“Ter a certeza de que o Estado é uma máquina balofa, lenta, apoiada numa burocracia inexplicável e devorador do dinheiro dos impostos dos cidadãos, faz da IL radical?
Entender a equidade, dando mais aos que têm menos e menos aos que têm mais, como o centro de onde devem emanar as políticas sociais, faz da IL radical?
Saber que só a partir do individual se pode chegar ao grupo, que cada um de nós é uma entidade única e irrepetível, faz da IL radical?”

“Pelo exposto”, dizem os liberais, “se conclui, facilmente, que não somos radicais: somos críticos da acção (des)governativa do Governo Regional apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP, ou seja, somos uma oposição tal como outrora, de resto, também o foi o CDS, que, lamentavelmente, pereceu fruto da sua própria cobiça”.

“Todos sabemos da necessidade do CDS-PP ir coligado com o PSD nas próximas regionais. É uma questão de sobrevivência. Não acredite, o Sr. José Manuel Rodrigues, que verá o seu mandato renovado no cargo que agora ocupa. Há um preço a pagar”.

“Queremos deixar claro, ao Sr. Rodrigues e a quem interessar, que os liberais madeirenses não pretendem ser muleta do PSD-M. Sob hipótese alguma isso acontecerá. Não serviremos como garante de uma governança inábil e desajustada, faraónica e megalómana, à conta dos dinheiros públicos, que privilegia os “de sempre”, repleta de compadrios e conluios”, promete a IL.

“Ainda menos nos prestaremos a garantir tachos aos nossos membros, ao contrário do que o CDS, uma espécie de “meretriz” da política regional, que se vendeu por 2 secretarias e uma dúzia de cargos de nomeação, que negociou abusivamente para os seus pares”.