Albuquerque: “movimentos independentistas com atentados” conduziram à autonomia

O presidente do Governo Regional da Madeira felicitou hoje o presidente do parlamento regional pela iniciativa de criação do centro “IDEIA – Investigação e Divulgação de Estudos e Informação sobre a Autonomia”, cuja abertura foi hoje assinalada.

“Precisamos, na verdade, de ter bases sólidas de investigação”, para valorizar a autonomia, disse. O centro deve, opinou o presidente, perspectivar o futuro, porque “a autonomia está num impasse”.

“As novas gerações têm a obrigação de lutar pelos direitos dos madeirenses e dos porto-santenses”, disse. Queixou-se, a propósito, que “toda a doutrina do Tribunal Constitucional tem sido contra os direitos dos povos insulares”.

“À luz da macrocefalia lisboeta, nós continuamos a ser ilhas adjacentes”, referiu.

Quem tem concretizado na prática a autonomia da Madeira, considerou o governante, tem sido a União Europeia. “Se dependêssemos dos instrumentos jurídicos que nos foram facultados no quadro constitucional, não teríamos capacidade para sobreviver”.

Miguel Albuquerque deixou ainda a interrogação sobre se as novas gerações “estão imbuídas de um espírito de luta, de determinação e de coragem” para lutar pela autonomia.

Pediu, portanto, aos jovens para que tenham “capacidade de sacrifício” e mesmo “coragem física e psíquica” para defenderem os direitos da Madeira.

No Verão de 1975, historiou, surgiram nas ilhas movimentos independentistas com atentados e com violência, “e foi isso que levou a que nos fosse concedido na altura estatuto autonómico”.

Essa evidência, afirmou, está sustentada nos trabalhos de investigadores como Alberto Vieira e Paulo Rodrigues.

“A questão do contencioso das autonomias mantém-se bem viva”, sublinhou.

“Portugal é hoje o país mais centralista da Europa”, concluiu, e está “a caminho de ser o país mais pobre da União Europeia”.