Parlamento traz João Goulão à Madeira porque disparou o consumo de drogas sintéticas nos jovens

O presidente do Parlamento lembra que a Madeira e Açores estão no vermelho nas estatísticas do consumo de drogas. Foto Amílcar Figueira.

José Manuel Rodrigues está seriamente preocupado com o crescimento exponencial das novas drogas na Madeira. Considera a questão alarmante e a precisar de uma séria intervenção. Por isso, no âmbito da política de um Parlamento aberto à sociedade, está agendada para o dia 4 de julho uma conferência no Parlamento com o médico João Goulão, diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), para partilhjar experiência sobre as toxicodependências. Uma iniciativa que se enquadra no âmbito do “Parlamento com Causas”, iniciativa da chancela de José Manuel Rodrigues.

O presidente justifica a palestra nestes termos: “Quer como cidadão quer como presidente da Assembleia preocupa-me que os Açores e a Madeira tenham quatro vezes mais consumos de novas drogas, como as substâncias psicóticas, do que tem o territorial continental”. Trata-se de um tráfico difícil de combater, pois já não se trata de grandes redes de tráfico europeu mas de aquisição via Net, de forma individual do consumidor. São drogas químicas, baratas, apelativas, até pelo seu preço e efeitos, que estão a causar efeitos nefastos no cérebro dos consumidores, atirando mesmo para a rua jovens com surtos psicóticos. É uma situação preocupante, alerta o presidente. “A Polícia Judiciária tem feito um papel muito bom nesta área, com alertas do aumento do consumo e jornadas de sensibilização. Nós podemos ir mais longe, fazendo ver aos jovens que estas drogas são altamente nefastas. Enquanto as drogas tradicionais têm tratamentos eficazes, estas têm efeitos tão rápidos e nefastos que por vezes não têm regressão. Basta visitar a Casa de Saúde São João de Deus para verificar a gravidade do problema. Esta é uma batalha que temos de ganhar. Basta sair à rua para ver que este consumo de droga está a assumir contornos preocupantes”.